RESUMO: A aplicação de dejeto líquido de suínos como alternativa de adubação é cada vez mais frequênte na agricultura brasileira, entretanto a falta de sincronismo entre a disponibilidade e demanda de nutrientes pelas culturas geram acúmulos de elementos químicos no solo propensos a causar riscos ao ambiente. Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a recuperação aparente do nitrogênio pelas diferentes frações da parte aérea do milho cultivado com doses de dejeto líquido de suínos, em solo submetido a diferentes manejos na implantação da cultura de inverno. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, em esquema fatorial sendo que os tratamentos constaram da interação de doses de dejeto (0, 20, 40 e 80 m 3 ha -1 ) mais um tratamento com adubação mineral seguindo as recomendações técnicas para a cultura, e ainda três manejos de solo (plantio direto, escarificado e cultivo mínimo) realizados na implantação da cultura da aveia branca, que antecedeu o milho. Os manejos de solo não afetaram o aproveitamento de nitrogênio aplicado via dejeto líquido de suínos. A aplicação de dejeto líquido de suínos promoveu incrementos lineares ao acúmulo de nitrogênio pela parte aérea do milho, no entanto, com o aumento das doses reduziu-se o aproveitamento do nitrogênio pela cultura, o que pode potencializar sua perda do sistema e contaminação ambiental. Aproximadamente 70% do nitrogênio do dejeto líquido de suínos adicionado ao solo não são recuperados pela parte aérea da cultura do milho.
PALAVRAS-CHAVE:
INTRODUÇÃODiante da forte dependência brasileira quanto à importação de fertilizantes minerais, o que acarreta em aumento do custo de produção das culturas, a adubação orgânica pode ser uma boa alternativa para o setor agrícola brasileiro. No entanto, quando utiliza-se dejeto líquido de suínos (DLS) como fonte de nutrientes, é preciso compatibilizar o seu necessário descarte com os interesses à nutrição de plantas e qualidade ambiental. Tendo em vista que os nutrientes apresentam-se sob diferentes formas quanto a sua disponibilidade (SCHERER et al., 1996;GATIBONI et al., 2007), o sincronismo entre a disponibilidade desses nutrientes e a demanda pelas plantas é um fator importante a ser considerado.Na maioria das vezes, a fração amoniacal presente no DLS armazenado na forma líquida perfaz aproximadamente 50% do nitrogênio (N) total SCHERER et al., 2007;GIACOMINI et al., 2009). Em função deste elevado teor de N do DLS prontamente disponível e da elevada demanda deste nutriente pela cultura do milho, repostas significativas à aplicação de DLS tem sido relatadas, tanto no acúmulo de N pela cultura, quanto na produção de fitomassa da parte aérea e na produtividade de grãos BERENGUER et al., 2008;GIACOMINI;AITA, 2008;PANDOLFO;CERETTA, 2008). Contudo, resultados demonstram uma baixa recuperação pelas culturas do N aplicado ao solo via DLS ZEBARTH et al., 2007), o que tem sido atribuído às perdas de N por lixiviação de nitrato VALLEJO et al., 2005), imobilização microbiana (DAUDÉN; QUÍLEZ,...