As Unidades de Pronto Atendimento como unidades de internação: fenômenos do fluxo assistencial na rede de urgências

Abstract

Resumo A Rede de Urgência e Emergência (RUE) do município do Rio de Janeiro foi alvo de investimentos e reestruturação com a disseminação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Superlotação, baixa qualidade e integração comprometem a conformação dessa rede. Buscou-se analisar a organização e o funcionamento dos fluxos assistenciais estabelecidos na RUE, a partir do acesso ao leito hospitalar. Foram realizadas 36 entrevistas e análise de dados de bancos de dados primários e secundários, utilizando-se estatística descritiva e a análise exploratória. O acesso ao leito hospitalar é infrequente, sendo atendidas apenas 13% das solicitações totais. As solicitações de leito oriundas das UPAs alcançaram percentuais maiores, 40% para UTI e 36% para clínica geral. No entanto, os cerca de 60% restantes, geralmente, recebem alta ou evoluem para óbito antes de alcançar um leito hospitalar, transformando as UPAs em unidades de internação. Outro fenômeno de destaque foi a relação conflituosa entre os componentes pré-hospitalares (atenção primária e UPA) na dinâmica do fluxo do Vaga Zero, comprometendo a continuidade do cuidado. É necessário aprimorar o nível de integração entre unidades que compõem a RUE bem como expandir e qualificar a retaguarda hospitalar.

A crise financeira e a saúde: o caso do município do Rio de Janeiro, Brasil

“…The supply of beds to the regulatory system fell by 18.4% in the 2016-17 period, and 15.8% in the 2017-18 period. This scenario of lower bed availability for the regulatory system exacerbates the difficulty of access to the hospital bed in the municipal Urgent Care Network 17 .…”

Communication in health work during the COVID-19 pandemic

“…(15) In this context, the UPAs, together with other emergency care network equipment, represent the gateway for patients suspected of COVID-19 and complex relationships between health team professionals are developed in emergency care practices. (9) In this premise, communication is an important element for integrated health practices to take place. (16) The disruption promoted by the need for distancing and the isolation the coronavirus imposes strengthens the construction of new forms of relationship, the realignment of care lines and practices.…”

“…( 15 ) In this context, the UPAs, together with other emergency care network equipment, represent the gateway for patients suspected of COVID-19 and complex relationships between health team professionals are developed in emergency care practices. ( 9 )…”

“…As parts of the Brazilian Emergency Care Network (RUE), they are places of organization and operation of complex secondary healthcare flows. ( 9 ) The care processes to compose this experience report took place between March 20 and May 25, 2020. The choice of the UPA as the place of study for the main research objective was intentional.…”

Elderly people’s experiences in emergencies through access to other levels of health care

“…This phenomenon is accompanied by distortion of the purpose of Emergency Care Units (ECUs), transformed in practice into short-term inpatient units for clinical conditions, which end up easing lack of beds instead of intending it (3) .…”