2011
DOI: 10.1590/s0103-65642011005000033
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Desamparo e alteridade: o sujeito e a dupla face do outro

Abstract: Abordaremos, neste artigo, a noção de alteridade, que se encontra intrinsecamente articulada na obra freudiana ao estado de desamparo do ser humano. O recém-nascido, por causa de sua imaturidade motora e psíquica, é incapaz de satisfazer por si só suas necessidades vitais de sobrevivência, o que tem como contrapartida a dependência do outro, condição estruturante do próprio sujeito. Analisa-se a alteridade como um complexo com dupla face, tecido em uma relação que remete ao mesmo tempo ao semelhante e ao estra… Show more

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“…A despeito, todavia, das diferentes configurações assumidas pelo desamparo, entendemos que a ideia inicial não foi simplesmente ultrapassada ou alterada com o avanço das novas formatações, mas sim reincorporada, ampliada e reinterpretada à luz dos novos alcances teóricos (Menezes, 2012). Assim, na atualidade tem sido lugar-comum a colocação do desamparo como um eixo estruturante da subjetividade, que abre para os laços com os outros e deixa, na experiência humana, uma marca indelével de alteridade e indeterminação (Birman, 2014;Rocha, 1999;Santos;Fortes, 2011;.…”
Section: Desamparo Em Freud: Entre O Naufrágio E a Ajudaunclassified
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“…A despeito, todavia, das diferentes configurações assumidas pelo desamparo, entendemos que a ideia inicial não foi simplesmente ultrapassada ou alterada com o avanço das novas formatações, mas sim reincorporada, ampliada e reinterpretada à luz dos novos alcances teóricos (Menezes, 2012). Assim, na atualidade tem sido lugar-comum a colocação do desamparo como um eixo estruturante da subjetividade, que abre para os laços com os outros e deixa, na experiência humana, uma marca indelével de alteridade e indeterminação (Birman, 2014;Rocha, 1999;Santos;Fortes, 2011;.…”
Section: Desamparo Em Freud: Entre O Naufrágio E a Ajudaunclassified
“…Tal processo, por sua vez, acontece mediante um caminho de experiências e confrontos com a realidade que, necessariamente, depende do encontro com o outro, único capaz de proteger o bebê desamparado, inseri-lo numa lógica desejante e, de modo mais radical, preservá-lo da morte. Isso porque, na medida em que o desamparo inicial corresponde a um excesso pulsional que trabalha de modo solto e desligado, isto é, sem representação, há a necessidade de alguém que dê contenção e acolhimento a todo esse caos inicial (Santos;Fortes, 2011). Geralmente, quem cumpre com essa função, logo no início da vida da criança, é a mãe, que com seus gestos de cuidado, amor e proteção recebe e destina a dor do infante, conferindo-lhe, inclusive, suas primeiras experiências de satisfação (Birman, 2014).…”
Section: Desamparo Em Freud: Entre O Naufrágio E a Ajudaunclassified
“…A despeito, todavia, das diferentes configurações assumidas pelo desamparo, entendemos que a ideia inicial não foi simplesmente ultrapassada ou alterada com o avanço das novas formatações, mas sim reincorporada, ampliada e reinterpretada à luz dos novos alcances teóricos (Menezes, 2012). Assim, na atualidade tem sido lugar-comum a colocação do desamparo como um eixo estruturante da subjetividade, que abre para os laços com os outros e deixa, na experiência humana, uma marca indelével de alteridade e indeterminação (Birman, 2014;Rocha, 1999;Santos;Fortes, 2011;Safatle, 2015).…”
Section: Desamparo Em Freud: Entre O Naufrágio E a Ajudaunclassified
“…No que tange ao trabalho por aplicativo, as situações de incertezas se dão por meio da instabilidade financeira; do medo da perda da subsistência; dos riscos de acidentes e/ou assaltos e das vivências de perigo e de humilhação, o que pode ser tomado como o processo de perecimento do/a(s) trabalhadore/a(s) precarizado/a(s). Neste aspecto, traçamos um paralelo entre a instabilidade e a vivência de desamparo 3 , conceito psicanalítico que se refere à precariedade física e psíquica constitucional da existência do homem diante da tarefa da manutenção da vida e que no prisma social faz a ligação entre essa condição originária e as formas de laço social e do mundo do trabalho (50).…”
Section: Desamparo E Solidariedadeunclassified