Este estudo tem por desenho norteador estabelecer uma discussão ao auditório sobre o filme de kaspar Hauser, em perspectiva do actante principal ser um desconhecido para uma sociedade Eurocêntrica, numa abordagem de uma tríade entre comunicação, olhar interacionista e visão antropológica, que geram a identificação de aspectos problemáticos na apropriação do conhecimento e da linguagem, na intercessão de uma trama no século XIX de confinamento social em construção da formação do ser humano. Criando um paradoxo de um personagem que embora tenha se mostrado único, estranho e desigual na possibilidade de ampliação da diversidade no mundo visto diferente, ele também desenvolveu a capacidade inaceitável de reproduzir a não aceitação “do outro”, do real, concreto e material, para a época. Este filme reflete uma sociedade baseada no racionalismo positivista, em que o processo de comunicação, humanização e socialização não é o resultado natural da nossa espécie, mas o resultado do aprendizado social e da identificação do grupo.