O pensamento tutelar presente na educação dos grupos populares no Brasil

Abstract

Resumo: Este artigo trata do pensamento tutelar ainda enraizado na cultura política brasileira que acaba por manter uma educação excludente. Destaca o significado e importância da ação emancipatória. Palavras-chave: Direito à educação. Problemas sociais. Política educacional. Política (Brasil). O foco desse artigo é a política de educação no enfrentamento da pobreza e das desigualdades no Brasil. Há dois fatores que despotencializam a política de educação pública no Brasil. Ou melhor, que reduzem sua eficácia no que tange o combate à pobreza: Recebido em: 30/04/2008 Aceito em: 06/10/2008 arvalho Maria do Carmo Brant de Carvalho, Coordenadora Geral do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária -Cenpec, doutora em Serviço Social e professora do programa de pós-graduação em Serviço Social da PUC-SP. Endereço eletrônico: rios@cenpec.org.br.

Autonomia E Tutela No Ambiente Escolar

“…Para a autora, a tutela surge na cultura em oposição à emancipação à medida que promove a desarticulação da relação entre desenvolvimento social e processos autônomos. Ao contrário da autonomia como proposta emancipatória, as práticas tutelares advindas da ação do Estado nas políticas públicas -tais como o clientelismo, assistencialismo e o apadrinhamento -penetram na cultura, infantilizam o sujeito e promovem a subordinação frente às necessidades sociais básicas (Carvalho, 2008).…”

“…Contrariamente, infantiliza o sujeito e o torna dependente das políticas assistenciais. De outra forma, processos emancipatórios na educação requerem autonomia, coautoria, potencialização do sujeito e apropriação do espaço escolar e do serviço educacional, devendo estar inseridos num quadro mais amplo da política pública social (Carvalho, 2008).…”

Autonomy and Tutelage in the School Environment

“…In this context, which deals with the way poststructuralism has approached the matter of autonomy in education, Silva (2015), Mattos, Pérez, Almada andCarvalho (2008) stand out. The former discusses the matter of autonomy and its relation with human formation based on two distinct moments: the first one, based on the concept of man anchored on the Greek, illuminist philosophies and, finally, on the values produced and disseminated by current society.…”

“…Autonomy, here, differs from tutelage because the latter privileges the position of the responsible adult, who is supposed to know the children's needs whereas autonomy in the caretaking ethics guarantees the space for speech and expression of the children's opinions and desires, which leads to a horizontal relation, with active participation by children and adolescents in the school's decisionmaking process. Carvalho (2008), by approaching the education individual's autonomy in popular groups, also does it via the tutelage concept. To the author, tutelage thought underestimates individuals' capacity to think by themselves, while limiting the exercise of their freedom.…”

“…It must attempt at promoting an organizational environment where students will be able to establish human relations that will be fundamental for their formation (Fischmann, 2007). Carvalho (2008), based on a post-structuralist vision, brings authors such as Amartya Sen to approach tutelage thought as an excluding educational and sociopolitical factor, which is present in Brazilian culture. Tutelage drains the potential of public education policies in Brazil, and reduces their efficacy when it comes to eradicating poverty.…”