“…Nessa concepção, as pressões produzidas por experiências brutas, sem representação, inicialmente não se distinguem de vivências corporais. Algumas destas vivências vão se transformar em fatos mentais, chamados por Bion de elementos β, que não servem para serem pensados, e, por isso, mantêm-se como eventos da mesma natureza que os somáticos, ou são expelidos da mente por um processo projetivo de caráter evacuativo, ou ainda transformados em elementos α por meio da função α atuante da mãe (BARROS, 1999). Para Bion, a identificação projetiva, além de ter a função de defesa do aparelho mental proposta por Klein, ou seja, de evacuar um estado mental insuportável a partir da fantasia onipotente de que partes indesejadas da personalidade podem ser projetadas para fora de si e para dentro do objeto, tem também a função de causar ao objeto estado mental semelhante ao seu como forma de comunicação.…”