Inconsciente e percepção na psicanálise freudiana

Abstract

Geralmente lembrada em sua associação com a consciência (como no Sistema Percepção- Consciência, por exemplo), a percepção encontra nas investigações de Freud vários outros destinos. Principalmente nos textos da chamada segunda tópica, mas também no artigo da Metapsicologia de 1915, "O Inconsciente", Freud nos propõe instigantes afirmações que nos aproximam de uma relação entre percepção e inconsciente. Assim, através de um percurso pelas sucessivas formulações freudianas da percepção, este artigo procura favorecer uma melhor compreensão das relações entre percepção e inconsciente.

Bases para uma teoria do projeto na estratégia clínica em orientação profissional e decarreira: entre o futuro, a narrativa e a fantasia

“…Nesse sentido há uma oposição: "o reino da fantasia tem como pressuposto de sua legitimação o fato de que seu conteúdo foi dispensado da prova de realidade" (Freud, 1919b(Freud, /2019. Mesmo que "toda fantasia se apoie sobre um grão de realidade" (Coelho Junior, 1999), ela não precisou passar pelas provas da consistência factual, da causalidade cronológica e da disponibilidade de objetos que tornam algumas ações possíveis e outras impossíveis na realidade material.…”

Dimensões da experiência estética: dos fundamentos da constituição psíquica aos posteriores encontros transformativos

“…De acordo com Coelho Junior (1999), ela seria um tipo de percepção inconsciente do que acontece no psiquismo. O autor aponta que muitas vezes, na obra de Freud, esses afetos e sentimentos são qualificados como inconscientes e que a formulação da existência desse tipo de percepção se confunde, algumas vezes, com a noção de projeção.…”

“…Para Freud, o paciente teria projetado no exterior seu conhecimento inconsciente de que tinha pensamentos desconhecidos de si mesmo, de modo que o tal delírio seria expressão da "percepção endopsíquica daquilo que foi reprimido" (Freud, 1909. Coelho Junior (1999) observa que esse processo leva a uma confusão entre o que é realidade interna e externa, já que a percepção inconsciente de fatores internos é vivida como se fosse percepção consciente da realidade material. Muitos anos antes Freud já se referia a processos como esses.…”