Aplicação da modularidade na indústria automobilística: análise a partir de um levantamento tipo survey

Abstract

ResumoEsta investigação tem como objetivo identificar empresas do setor automobilístico que utilizam a estratégia modular e analisar aspectos do seu uso. Para tanto, foi realizado um levantamento tipo survey com o envio de um questionário para cerca de 350 empresas deste segmento, com aproximadamente 14% de taxa de retorno. Verificou-se que a maioria das empresas tem certa experiência com a modularidade. As dificuldades para as montadoras estão principalmente na capacitação dos fornecedores. Já os fornecedores apresentam dificuldades para atender às exigências das montadoras de projetar e fabricar os módulos. Em relação aos benefícios do uso da modularidade para as montadoras, a maioria está relacionada com a terceirização de atividades para o fornecedor, tal como a transferência de custos fixos para os fornecedores. Para os fornecedores, os principais benefícios envolvem o aumento da parceria com o cliente, como ter exclusividade de fornecimento e desenvolver novas competências organizacionais. Palavras-chavesModularidade. Projeto modular. Produção modular. Setor automotivo.

Adoção da modularidade em produto e em produção na indústria automotiva: uma análise comparativa em projetos de veículos com participação da engenharia brasileira

“…The way the automobile sector glimpses these opportunities as a competitive differential indicates that the sector behaves as a trend indicator, which leads us to credit such deed to the consumers demand, besides intense and constant competition in this segment, which drives the vehicle companies to constant evolution, as already shown by other researchers (e.g. Ro et al, 2007;Salerno et al, 2009;Carnevalli et al, 2011Carnevalli et al, , 2013.…”

“…Cauchick Miguel, 2006;Salerno et al, 2008Salerno et al, , 2009Amatucci & Mariotto, 2012). As a main purpose, conceptual elements (constructs) were extracted from the publications of the two types of modularity most adopted in the country -design and production (for this argument refer to Carnevalli et al, 2013) -aiming to create an analytical table which enable the analysis of the adoption of these types of modularity of previous passenger cars developed in the country.…”

“…The types of modularity most covered in literature in automotive companies in Brazil are (Carnevalli et al, 2011(Carnevalli et al, , 2013: design modularity (or product modularity) and production modularity (or process modularity). Design modularity refers to the development a strategy for new products in which the interfaces among the shared components in a given product architecture are specified and standardized to enable greater possibility of components replacement among the product families (Mikkola & Gassmann, 2003).…”

A visão de um fornecedor-chave sobre a colaboração com a montadora

“…Dessa forma, a indústria automotiva brasileira vem sendo alvo de várias pesquisas no âmbito da gestão da produção e operações (Thomé et al, 2014;Pereira & Amatucci, 2014;Carnevalli et al, 2013;Jabbour et al, 2013;Thun & Hoenig, 2011;Mesquita & Castro, 2008;Alves et al, 2004;Humphrey, 2003;Pires, 1998).…”

“…Por exemplo, fazendo uso da abordagem de estudo de casos múltiplos, Thomé et al (2014) exploraram os efeitos do conceito de flexibilidade em um ambiente de cadeias multicamadas; Carnevalli et al (2013), por meio de uma survey, demonstraram que a modularidade na cadeia de suprimentos é uma prática que, apesar de benéfica para a montadora, acaba por transferir custos fixos aos fornecedores; Sacomano et al (2013) analisaram os arranjos conhecidos como Consórcio Modular e Condomínio Modular do ponto de vista da governança; Vanalle & Salles (2011) realizaram um estudo sobre as relações entre cliente e fornecedor em empresas do setor automobilístico, concluindo que estas ainda possuem características de um modelo basicamente associativo, baseado em relações contratuais, sendo o preço ainda o principal critério da relação; Rodrigues & Sellitto (2008) discutiram como um fornecedor de motores colabora com a montadora do ponto de vista de práticas logísticas de integração da cadeia; Pires (1998) apresentou o consórcio modular como um caso radical de colaboração entre uma montadora e sete fornecedores de primeira camada.…”