RESUMO: Este artigo teve como objetivo analisar os fluxos bilaterais do comércio total, de produtos manufaturados e agrícolas, de 47 parceiros comerciais do Brasil, no período 1995-2015. Foram testados diferentes intervalos nos dados, e estimados os efeitos sobre os fluxos de comércio de diferentes Acordos Regionais de Comércio, das tarifas e de medidas não tarifárias. Fez-se uso do modelo gravitacional com dados em painel, estimado pelo método Poisson Pseudo Maximum Likelihood, com efeitos fixos. Os resultados mostraram que a utilização de intervalos para os fluxos de comércio não apresentou diferenças nas equações estimadas sem os intervalos. Todos os ARC mostraram criação de comércio e, desvios de exportação para o comércio de produtos do setor agrícola. Contudo, ficou claro o menor efeito desse desvio no MERCOSUL, assim como a inexistência de desvios de comércio para produtos manufaturados, com exceção do Pacto Andino, o que reflete a competitividade específica desses setores em cada ARC. Os efeitos protecionistas das medidas não tarifárias mostraram-se maiores do que as tarifárias e com maior intensidade para os produtos agrícolas.