As flores estão brotando: atendimento infantil em consultas terapêuticas

Abstract

As consultas terapêuticas são uma modalidade de atendimento psicoterápico que representa nova possibilidade de intervenção psicológica voltada para a escuta, para a prática e para a flexibilidade clínicas advindas da teoria do amadurecimento humano. Tal modalidade possibilita sustentação emocional para que o paciente possa retomar sua continuidade de ser e seu processo de amadurecimento emocional. Apresenta-se o caso de uma menina de oito anos de idade, atendida em consultas terapêuticas na clínica-escola de uma universidade pública. A procura pelo atendimento foi realizada pela mãe, que relatou como principais queixas: humor deprimido, dores no peito e temperamento difícil. O manejo clínico e as experiências constitutivas do si mesmo por meio do brincar compartilhado possibilitaram à criança a expressão do gesto espontâneo, da criatividade e de uma maior confiança na própria capacidade.

Consultas Terapêuticas com pais e filhos: o espaço potencial em reconstrução

“…Assim, a brincadeira nas Consultas Terapêuticas faz com que pais e filhos levem elementos de experiências da realidade construída nesse momento. Na verdade, o brincar conjunto se manifesta como uma oportunidade de enriquecimento e transformação no campo transicional (Rodrigues & Mishima-Gomes, 2013).…”

A importância da família na clínica infantil: um ensaio teórico-clínico

“…Pelo brincar, a criança leva à terapia elementos das experiências de sua realidade e os usa de forma a enriquecer e transformar o campo transicional. É por meio do brincar que há a possibilidade da criança encontrar seu verdadeiro self (Rodrigues & Mishima-Gomes, 2013).…”

Cara a cara com os personagens familiares: o uso elaborativo do jogo a partir de uma abordagem winnicottiana

“…Aiello-Vaisberg et al (2009) discutem a pesquisa psicanalítica como uma experiência dramática vivida, acessível somente por um encontro interpessoal entre duas singularidades pessoais. Esse encontro seria o único ponto de partida confiável e funda todo o rigor da investigação.…”

“…Disto, decorrem diversas possibilidades de abordagem terapêutica, que podem culminar em atendimentos familiares, vinculares ou do casal parental. (NUSSBAUM;MOGUILLANSKY, 2009) Para Nussbaum e Moguillansky (2009), analistas de casal e família argentinos que regem seu trabalho pela chamada Psicanálise Vincular, corrente teórica que tem como alguns dos principais expoentes Isidoro Berenstein e Janine Puget, é possível, mesmo na análise individual de crianças ou adultos, pensar e colocar em destaque o papel da família na determinação e na elaboração do sofrimento psíquico. Consideram que, mesmo em um atendimento individual, é de grande vantagem terapêutica a incorporação da compreensão do papel que tem a família.…”