“…O sociólogo Georg Simmel, por sua vez, denuncia a objetivação crescente da cultura moderna e a consequente impessoalidade das relações, a ponto de anular a totalidade da subjetividade humana, favorecendo o surgimento de um tipo de comunidade, que ele denominou sociedade secreta, criada para separar o indivíduo alienado da sociedade impessoal, podendo tornar-se um fator de dissociação mais do que de socialização (Sawaia, 1999). Podemos afirmar, a partir de Tönnies, Weber e Simmel, que a comunidade seria o lugar do afeto, das relações primárias, da tradição, da partilha de interesse e de território comum, ao passo que a sociedade seria seu contrário, marcada pela racionalidade, pela modernidade, pelas relações secundárias com pouco contato face a face e com fins econômicos (Oberg, 2008). Soares (2001) considera que, através desta visão romantizada, está presente uma visão de comunidade como arquétipo de relação ideal, formada em tempos passados e que teria sido perdida pelo homem.…”