2010
DOI: 10.1590/s0103-49792010000200013
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Redes sociais como novo marco interpretativo das mobilizações coletivas contemporâneas

Abstract: Os rumos dos movimentos sociais e das mobilizações sociais e culturais na contemporaneidade assinalam o enfraquecimento dos antigos marcos teóricos positivistas que subordinavam a constituição das práticas identitárias a certos critérios reducionistas, como o do utilitarismo econômico e o da ideologia do progresso. No entanto, as mudanças recentes produzidas pelos processos de desterritorialização e reterritorialização nas sociedades complexas impõem novos tipos de atores, conflitos e mediações, sendo as redes… Show more

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“…É importante não confundir o dom enquanto uma dádiva-partilha (recíproca) com o dom de caridade (unilateral). Quando se tem a certeza de que o outro conhece, valoriza e participa do circuito (recíproco) do dom, é possível doar livremente, seja por princípio ou para a circulação de boas práticas; logo, a dádiva é a expressão de um sentimento nascido na reciprocidade 21,22,23 .…”
Section: Resultsunclassified
“…É importante não confundir o dom enquanto uma dádiva-partilha (recíproca) com o dom de caridade (unilateral). Quando se tem a certeza de que o outro conhece, valoriza e participa do circuito (recíproco) do dom, é possível doar livremente, seja por princípio ou para a circulação de boas práticas; logo, a dádiva é a expressão de um sentimento nascido na reciprocidade 21,22,23 .…”
Section: Resultsunclassified
“…Estas motivações se materializam nas redes sociais, pequenos sistemas dinâmicos que funcionam como reguladores de acordos entre indivíduos e grupos, em nome da solidariedade (Harvey et al, 2014). O paradigma utilitarista individualista, predominante na perspectiva das network analysis, seria insuficiente para compreender esses sistemas, já que os entende como formas de mobilização de recursos e informações em torno de objetivos estratégicos e interessados (Martins, 2010). Isto porque o sentido utilitarista de rede circunscreve a ação humana a partir de mecanismos de causalidades de ação, ancorando a moral dos comportamentos no cálculo e no interesse, sem ter "uma compreensão mais solidária, generosa e humanista do fenômeno" (Martins, 2010, p. 404).…”
Section: As Redes Sociotécnicas E O Paradigma Da Dádivaunclassified
“…Guzmán, Huenchuan e Montes de Oca (2003) ao estudarem as correntes anglo-saxónicas e latino americanas subjacentes ao conceito de redes sociais, definem a rede social "como uma práti-ca simbólico-cultural que inclui um conjunto de relações interpessoais que integram um indivíduo no seu ambiente cultural e lhe permite manter ou melhorar o seu bem-estar material, físico e emocional, ao mesmo tempo que contribuem para evitar danos reais ou imaginados resultantes de dificuldades, crises ou conflitos que afetem o sujeito" (p. 43). Esta definição vai ao encontro do novo paradigma sociológico, que Martins (2010) refere ser urgente estabelecer nas sociedades complexas contemporâneas -um paradigma que reconheça "a presença inquestionável de pequenos sistemas dinâmicos, denominados redes sociais, que funcionam como novos aparelhos reguladores dos conflitos, tensões e acordos entre indivíduos e grupos minoritários" (p. 402). Não é do nosso interesse neste artigo entrar na discussão sobre as perspetivas paradigmáticas das redes sociais, embora reconheçamos o seu grande valor, mas sim focarmo-nos no apoio social que estas redes proporcionam.…”
Section: Introductionunclassified