As finanças alcançam, no período atual, uma centralidade inédita em todos os campos da vida social, assumindo um papel determinante sobre as dinâmicas do espaço geográfico (SANTOS, 1996; FRENCH et al., 2011). Na medida em que envolve transformações na economia, na política e na sociedade como um todo (CHRISTOPHERSON et al., 2013), a financeirização implica uma renovação dos próprios conteúdos do território e do cotidiano. Partindo de uma aproximação teórica sobre o processo em tela, o artigo busca desvendar certos nexos da creditização do território brasileiro para, em um segundo momento, focar a capilaridade alcançada pelas finanças entre a população pobre e seus impactos no cotidiano, onde a incorporação de nexos financeiros se combina à emergência de novas contra-racionalidades.