“…O assunto também é verificado por Nascimento, em trabalho intitulado Yo soy paraguayo, chamigo: "A categoria brasiguaio seria manipulada e ressignificada [...] para servir de instrumento discursivo que objetiva dar sentido e significado às relações socioculturais estabelecidas no cotidiano da vida prática" (NASCIMENTO, 2012, p. 99). Considerando a contribuição de Sprandel (2006) sobre o tema, percebe-se que a categoria tem sido politicamente usada para homogeneizar distintos coletivos, os quais possuem historicidades e características econômicas, políticas e socioculturais específicas. Serve, inclusive, para construir representações estereotipadas acerca do migrante brasileiro: ora é percebido como alguém que teria sido expulso do Paraguai e estaria envolvido em conflitos pela posse da terra no Brasil, ora é citado como membro de um grupo de empresários ricos e imperialistas que estariam a ceifar direitos dos nacionais paraguaios (SPRANDEL, 2006, p. 137), dentre outras imagens homogeneizantes.…”