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Bohm (1917Bohm ( -1992, nascido norte-americano, em Wilkes-Barre (Pennsylvania), elaborou o trabalho intitulado Uma proposta de interpretação da teoria quântica em termos de" variáveis escondidas" (2), que marcou a história das interpretações desta teoria. Com esse trabalho buscava uma descrição causai e objetiva para os fenômenos quânticos. Quando o trabalho foi publicado ele encontrava-se no Brasil trabalhando na USP, onde permaneceu de outubro de 1951 a janeiro de 1955.Atingido pelo McCarthysm pouco antes da elaboração do artigo, Bohm perdeu toda condição de trabalhar nos EUA. Por isto ele veio para o Brasil, no período da recepção, pela comunidade científi-ca, e do desenvolvimento de seu trabalho.Para a física brasileira foi também o período da consolidação institucional da pesquisa. Bohm colaborou neste processo, ministrando cursos, proferindo seminários, escrevendo sobre a física, e o ensino, no Brasil e interagindo com físicos brasileiros em função do desenvolvimento de seu programa científi-co.A obra científica e filosófica de David Bohm tem sensibilizado variados círculos da cultura contemporânea. O seu súbito desaparecimento, em Londres, 27 de outubro de 1992, nos enseja rever a sua estada no Brasil, episódio aliás pouco conhecido mesmo na literatura especializada da história da ciência, e também a proposta de reinterpretação da teoria quântica, incluindo a acolhida da proposta por cientistas como A. Neste período a presença de físicos estrangeiros foi significativa. Além de Bohm, na USP, aqui estiveram R.P Feynman, C.N. Yang, E.P. Wigner e L. Rosenfeld, no CBPF, C.F. von Weizsacker, R. Oehme, H. Joos, M. Taketani e Y. Katayama no IFT. Já se tinha formado, contudo, uma geração de físicos brasileiros que estava em plena atividade de pesquisa: M. Schenberg, M. Damy, O. Sala, em São Paulo e J. Leite Lopes, C. Lattes e J. Tiomno no Rio de Janeiro, entre outros (10). No início da década de 50 a física brasileira adquiriu inclusive uma visibilidade social mais ampla, com diversos jornais nacionais dedicando manchetes e seguidas matérias à descoberta do méson pi -partícula elementarpor César Lattes, junto com C.F. Powell e G. Occhialini.Era portanto ambiente favorável à presença de um físico de projeção, como Bohm, com uma proposta que propiciava controvérsia na comunidade científica internacional. Ele declarou, em 1983: "Quando fui para o Brasil, estava trabalhando numa nova interpretação da teoria dos Quanta, que encerrei agora. Tendo terminado minha pesquisa sobre plasma, estava pensando em seguir mais além, pois estava muito interessado na questão filosófica. Acho que minha ida para o Brasil me deu oportunidade de prosseguir essa discussão, primeiro com Tiomno e Schiller, depois com Walter Schützer e, também, com Mário Schenberg -tudo isso me interessou muito, no sentido de ajudar a dar prosseguimento a meu trabalho" (11). Preocupado com a formação da física brasileira elaborou análise comparativa sobre a física e o ensino, no Brasil e nos EUA (14). Observou, criticamente, tendências nos estudantes brasi...
Bohm (1917Bohm ( -1992, nascido norte-americano, em Wilkes-Barre (Pennsylvania), elaborou o trabalho intitulado Uma proposta de interpretação da teoria quântica em termos de" variáveis escondidas" (2), que marcou a história das interpretações desta teoria. Com esse trabalho buscava uma descrição causai e objetiva para os fenômenos quânticos. Quando o trabalho foi publicado ele encontrava-se no Brasil trabalhando na USP, onde permaneceu de outubro de 1951 a janeiro de 1955.Atingido pelo McCarthysm pouco antes da elaboração do artigo, Bohm perdeu toda condição de trabalhar nos EUA. Por isto ele veio para o Brasil, no período da recepção, pela comunidade científi-ca, e do desenvolvimento de seu trabalho.Para a física brasileira foi também o período da consolidação institucional da pesquisa. Bohm colaborou neste processo, ministrando cursos, proferindo seminários, escrevendo sobre a física, e o ensino, no Brasil e interagindo com físicos brasileiros em função do desenvolvimento de seu programa científi-co.A obra científica e filosófica de David Bohm tem sensibilizado variados círculos da cultura contemporânea. O seu súbito desaparecimento, em Londres, 27 de outubro de 1992, nos enseja rever a sua estada no Brasil, episódio aliás pouco conhecido mesmo na literatura especializada da história da ciência, e também a proposta de reinterpretação da teoria quântica, incluindo a acolhida da proposta por cientistas como A. Neste período a presença de físicos estrangeiros foi significativa. Além de Bohm, na USP, aqui estiveram R.P Feynman, C.N. Yang, E.P. Wigner e L. Rosenfeld, no CBPF, C.F. von Weizsacker, R. Oehme, H. Joos, M. Taketani e Y. Katayama no IFT. Já se tinha formado, contudo, uma geração de físicos brasileiros que estava em plena atividade de pesquisa: M. Schenberg, M. Damy, O. Sala, em São Paulo e J. Leite Lopes, C. Lattes e J. Tiomno no Rio de Janeiro, entre outros (10). No início da década de 50 a física brasileira adquiriu inclusive uma visibilidade social mais ampla, com diversos jornais nacionais dedicando manchetes e seguidas matérias à descoberta do méson pi -partícula elementarpor César Lattes, junto com C.F. Powell e G. Occhialini.Era portanto ambiente favorável à presença de um físico de projeção, como Bohm, com uma proposta que propiciava controvérsia na comunidade científica internacional. Ele declarou, em 1983: "Quando fui para o Brasil, estava trabalhando numa nova interpretação da teoria dos Quanta, que encerrei agora. Tendo terminado minha pesquisa sobre plasma, estava pensando em seguir mais além, pois estava muito interessado na questão filosófica. Acho que minha ida para o Brasil me deu oportunidade de prosseguir essa discussão, primeiro com Tiomno e Schiller, depois com Walter Schützer e, também, com Mário Schenberg -tudo isso me interessou muito, no sentido de ajudar a dar prosseguimento a meu trabalho" (11). Preocupado com a formação da física brasileira elaborou análise comparativa sobre a física e o ensino, no Brasil e nos EUA (14). Observou, criticamente, tendências nos estudantes brasi...
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