“…Recentemente, esse quadro parece ter se modificado, na medida em que encontramos uma série de estudos que demonstram a importância das relações pessoais, familiares, de amizade, das obrigações morais e dos sentimentos de gratidão, entre outros, como elementos constitutivos do comportamento político e das práticas eleitorais, da domesticação do Estado e da administração pública, do recrutamento e da continuidade da atuação em organizações e movimentos sociais (McAdam e Paulsen 1993;Passy 1998;Auyero 1999;Fillieule 2001;Zuckerman 2005a;Verba, Schlozman e Burns 2005;Combes 2009; Combes e Vommaro 2012; Auyero 2013;Diani e McAdam 2003;Bezerra 2017;Briquet 2017). Tais perspectivas têm contribuído para a ruptura com as análises que definem as relações pessoais como antagônicas e excludentes dos vínculos e práticas institucionais, possibilitando levar em conta as combinações, sobreposições e tensões entre as relações e práticas políticas vinculadas a esses distintos princípios de dominação (Oliveira 2015a; Petrarca e Oliveira 2017).…”