“…Ao realizarem uma extensa análise das atas das sessões no período imediatamente anterior ao Golpe, Mattos (2012) e Benevides (1981) alertam para o fato de que o setor dentro da OAB que questionava as reformas de base e defendia a desestabilização de Goulart era majoritário: 3 "Para fazer realçar a força moral do passado e desarmar o argumento que o apresenta como uma reconstrução mistificadora é preciso, uma vez mais, insistir na continuidade constitutiva do ser, individual e social, e do sentido ou dos valores que ele tenta se atribuir. O indivíduo, de fato, não pode tomar consciência de si mesmo e se colocar na existência como capaz de ações e projeto, sem estar garantido, principalmente, pela memória, da integridade corporal de sua pessoa, da continuidade em devir do ser que ele é. Esta integridade implica, do plano ético, que a inteireza do passado seja assumida, simultaneamente, em seus aspectos negativos que podem nutrir o lamento e justificar o endosso de uma responsabilidade específica, e em seus aspectos positivos, que requerem ser reapropriados e perseguidos […] O conjunto desses comprometimentos forma como que um molde que orienta a nossa ação; privado dessas aspirações e desse ímpeto, cujo foco situa-se no passado, mas o objetivo no futuro, nosso presente seria singularmente desprovido de sentido, como se existíssemos apenas na modalidade da transformação."…”