Reconhecendo ou construindo uma polaridade étnico-identitária?desafios do ensino de história no imediato contexto pós-Lei nº 10.639

Abstract

Este artigo propõe reflexões sobre os desafios que se colocam aos docentes no cenário educacional posterior à Lei nº 10.639/03, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e africana e da educação das relações étnico-raciais na educação básica. Problematizando pressupostos e paradoxos presentes no texto da lei e das diretrizes correlatas, identificam-se os impactos, desafios e desdobramentos teórico-práticos de sua recepção no ensino de história.

A inserção de metodologias ativas e utilização das TDICS como promoção de autonomia discente nas aulas de Geografia

“…Nessa perspectiva, Pereira (2008) aborda que a questão racial brasileira tem historicidade, estando marcada, na contemporaneidade, pela emergência conflituosa e contraditória de perfis identitários do Brasil e pela recente problematização da difusa realização brasileira como sociedade plural, diversa, democrática, inclusiva e igualitária. Ainda para Pereira (2008), o professor precisa ter uma compreensão mais substancial sobre o Brasil, sua história e dilemas, isso implica que o docente busque não somente elementos fundamentais para sua formação acadêmica, mas, que seja capaz de avaliá-los à luz de demandas reais, compondo assim um universo significativo de reflexões que permitam, nos diferentes momentos de ação pedagógica, compreender, problematizar, propor atividades e assumir posições fundamentadas com seus alunos.…”

A História Da África Como Recurso Analítico Para Um Currículo Orientado Pelo Multiculturalismo

“…No texto "Ensino de História e luta contra a discriminação racial no Brasil", Hebe Mattos (2003) De outro, aparecem visões historiográficas mais críticas com relação à explicitação dos conflitos raciais e à bipolarização histórica entre negros e brancos, tal como prescritas nos documentos oficiais, sobretudo nas Diretrizes. Júnia Sales Pereira (2008Pereira ( , 2014, José Roberto Pinto de Góes (2004Góes ( , 2006Góes ( , 2007 e Livio Sansone (2007) parecem se enquadrar nessa vertente. Para estes, embora o discurso da mestiçagem tenha servido para enfatizar um país sem preconceito e tenha sido ineficaz no combate ao racismo, a explicitação da negritude a partir da separação de brancos e todos os outros não brancos (negros) faria com que a mestiçagem fosse posta como "ideia fora do lugar".…”

Discussões Acadêmicas Sobre O Ensino Da História E Cultura Afrobrasileira

“…A abordagem da temática, no entanto, não deve exaltar a África em detrimento de outros povos, como se construiu o eurocentrismo em relação à Europa. A proposta é promover a compreensão da circularidade entre o presente e o passado, sem a promoção de contraposições ou mesmo idealizações entre a história das diferentes civilizações (PEREIRA, 2008).…”