Sexualidade e paraplegia: o dito, o explícito e o oculto

Abstract

RESUMOIntrodução: A intenção de contribuir para o desenvolvimento de ações educativas que desmistifiquem mitos e tabus relacionados a sexualidade da pessoa portadora de paraplegia e melhorar a qualidade de vida desse tipo de cliente motivou a seleção do objeto "sexualidade da mulher portadora de paraplegia". Objetivo: Compreender a construção de sentidos das mulheres portadoras de paraplegia acerca da sexualidade e relatar as barreiras enfrentadas por estas mulheres para vivenciar sua sexualidade. Método: Estudo descritivo onde os sujeitos foram selecionados por acessibilidade, conforme critérios pré-estabelecidos e, utilizando-se a entrevista semi-estruturada, a coleta de dados e a análise de discurso emergiram categorias. Resultados: As categorias sinalizaram o processo de negativação da auto-imagem, do auto-conceito e de tendência a auto-discriminação, além de culpabilização, quando da sensação de orgasmo. Também emergiram categorias sinalizadoras da crença no casamento monogâmico como realização pessoal, e que o orgasmo é uma questão de conhecimento do próprio corpo e do corpo do parceiro. Conclusões: Conclui-se que o mito da beleza e o mito adâmico normatizam a sexualidade dos sujeitos. Mas nem todas as mulheres estudadas seguem, à risca, as regras da cultura, de modo que um grupo de mulheres portadoras de paraplegia vivencia a sexualidade de forma diferente das demais.Descritores: Sexualidade; Paraplegia; Beleza ABSTRACT Background: Tthe aim of this study was to contribute to develop educational actions which may unveil myths and taboos related to sexuality of the individual with paraplegia and to enhance quality of life of these patients. The object selection in this study was " sexuality of disable woman" Objective: To understand the construction of senses in paraplegic women concerning sexuality and reporting the barriers faced by those women to experience their sexuality. Method: This is a descriptive study where subjects were selected by accessibility, according to pre-established criteria. Semi-structured interviews and the speech analysis led to the emergence of categories.Results: The categories suggested the process of negative self-image and self-concept and a tendency to selfdiscrimination. There is a guilty feeling when they experience the sensation of orgasm. Categories also emerged that suggested the belief in monogamist marriage as a personal desire. Also orgasm is a question that derives from the knowledge of one's own body and her partner. Conclusions: One concludes that the myth of beauty and the adamic myth rule the subject's sexuality. But not all studied women strictly observe the rules of the society they live in, so that a group of paraplegic women experience sexuality differently from the others.Keywords: Sexuality; Paraplegia; Beauty RESUMEN Introducción: La intención de contribuir para el desarrollo de acciones educativas que desmistifiquen mitos y tabus relacionados a la sexualidad de la persona portadora de paraplejía y mejorar la calidad de vida de este tipo de cliente ha motiv...

Sexual Rehabilitation of People with Physical Disabilities: Sexuality and Spinal Injury

“…Additionally, people with a disability suffer the effects of beauty standards, perfection and happiness, especially when they are women. Many people with a disability incorporate the expectations of sexual standards and internalize the even more difficult task of reaching them, when the disability exists (França & Chaves, 2005;Louro, Faro & Chaves, 1997;Maia, 2011;Sorrentino, 1990;Werebe, 1984). Authors such as Anderson and Kitchin (2000) have defended that the majority of day-to-day difficulties encountered by people with disabilities in relation to sexuality is caused by the failure of available education resources and services to provide them with clarification about the subject.…”

Sexualidade: implicações no cotidiano de pessoas com lesão medular

“…[7][8][9] No processo de reabilitação, embora seja oferecida atenção às atividades motoras, sensoriais, do sistema autônomo e necessidades diárias da pessoa com lesão medular, pouco se aborda o impacto da lesão na saúde e no funcionamento sexual. 10 Destaca-se que a sexualidade é parte integrante da vida de cada indivíduo e contribui para a identidade e para o equilíbrio físico e psicológico, 11 além de ser reconhecida como importante domínio da saúde, bem-estar, qualidade de vida 12 e felicidade. 13 A sexualidade pode ser definida de forma ampliada, incluindo a busca pelo amor, contato, ternura e intimidade, guiando os sentimentos e a percepção da sensualidade e da atividade sexual.…”

“…14 O termo adquire diferentes conotações de acordo com a cultura em que o indivíduo se insere. 15 Entretanto, independentemente da cultura é cercado de mitos e estigmas e, por isso, é um tema de difícil abordagem 11,16 e, geralmente, negligenciado em pessoas com deficiência, como anteriormente citado. 12 Quando o tema é direcionado a pessoa com lesão medular é comum associar diretamente à perda da função sexual, diminuição de libido e orgasmo, principalmente relacionada aos homens.…”