“…Em pesquisas realizadas nos últimos dez anos (Costa, 2013(Costa, , 2014(Costa, , 2015(Costa, , 2016(Costa, , 2018, percebemos que as populações fronteiriças, e principalmente as pessoas que dependem do cruzamento diário das fronteiras para sobreviver e trabalhar (no caso de Corumbá, os bolivianos e seus descendentes), são os objetos principais da tutela do Estado, alvo de ação pedagógica e moral e das práticas de exceção que ocorrem desde os interrogatórios de rotina nas aduanas, nas revistas nos ônibus, nas reportagens de jornais locais, passando até pelas escolas em que moradores com dupla cidadania são "nacionalizados" através de currículos escolares, da cultura, dos comportamentos e assim por diante. É através da disciplina do corpo, também, que o tutor impõe o poder sobre o tutelado, daí a importância dos checkpoints e aduanas nas fronteiras e aeroportos.…”