2013
DOI: 10.1590/s0103-20702013000200008
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O muro invisível: a nacionalidade como discurso reificado na fronteira Brasil-Bolívia

Abstract: [...] dentro de suas fronteiras, o Estado-nação e as estruturas ideológicas a seu serviço trabalham incessantemente para criar e reproduzir a pureza do povo, e no exteriorA vida nas regiões fronteiriças possui uma dinâmica própria, que em muitos sentidos desafia a ordem nacional e seus mecanismos de controle e vigilância, transcendendo o dogma da soberania 1 . Por outro lado, é pelo contato com o outro, com o estrangeiro, que se forja e reafirma a construção do sentimento, por parte dos moradores fronteiriços,… Show more

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“…Nessa perspectiva, observamos que os reais motivos para engajamento em atitudes linguísticas nesta fronteira somente poderão ser entendidos se considerarmos as práticas sociais, a interação entre indivíduos, ambientes e artefatos culturais. Assim, destacamos ainda que quando os índios guató, desde meados de 1950, por fatores políticos, econômicos, religiosos, forças da natureza, por motivos pessoais e de guerra, A presença dos bolivianos em Corumbá é vista como um "problema social", sobretudo por parte da elite local, mas com um preconceito difuso por outros setores da sociedade, e existe, no discurso e na prática, a reprodução de preconceitos e de uma estigmatização em relação aos bolivianos e seus descendentes (COSTA, 2013).…”
Section: Segundo O Professor Cerrón (1987)unclassified
“…Nessa perspectiva, observamos que os reais motivos para engajamento em atitudes linguísticas nesta fronteira somente poderão ser entendidos se considerarmos as práticas sociais, a interação entre indivíduos, ambientes e artefatos culturais. Assim, destacamos ainda que quando os índios guató, desde meados de 1950, por fatores políticos, econômicos, religiosos, forças da natureza, por motivos pessoais e de guerra, A presença dos bolivianos em Corumbá é vista como um "problema social", sobretudo por parte da elite local, mas com um preconceito difuso por outros setores da sociedade, e existe, no discurso e na prática, a reprodução de preconceitos e de uma estigmatização em relação aos bolivianos e seus descendentes (COSTA, 2013).…”
Section: Segundo O Professor Cerrón (1987)unclassified
“…Em pesquisas realizadas nos últimos dez anos (Costa, 2013(Costa, , 2014(Costa, , 2015(Costa, , 2016(Costa, , 2018, percebemos que as populações fronteiriças, e principalmente as pessoas que dependem do cruzamento diário das fronteiras para sobreviver e trabalhar (no caso de Corumbá, os bolivianos e seus descendentes), são os objetos principais da tutela do Estado, alvo de ação pedagógica e moral e das práticas de exceção que ocorrem desde os interrogatórios de rotina nas aduanas, nas revistas nos ônibus, nas reportagens de jornais locais, passando até pelas escolas em que moradores com dupla cidadania são "nacionalizados" através de currículos escolares, da cultura, dos comportamentos e assim por diante. É através da disciplina do corpo, também, que o tutor impõe o poder sobre o tutelado, daí a importância dos checkpoints e aduanas nas fronteiras e aeroportos.…”
Section: Tutela E Exceção: a Sujeição Fronteiriçaunclassified
“…A ilegalidade, a necessidade ou a questão de indiferença são três temas diferentes e não mutuamente exclusivos que se fazem presentes, diariamente, nos territórios fronteiriços. A vida nas regiões fronteiriças possui uma dinâmica própria, que em muitos sentidos desafia a ordem nacional e seus mecanismos de controle e vigilância, transcendendo o dogma da soberania (Costa, 2013). Um exemplo é o caso da feira livre de Corumbá que, atualmente, é formada por quase 80 % de bolivianos, além de ser um verdadeiro cenário de descontrole e ilegalidade (Espírito Santo, 2015).…”
Section: Introductionunclassified