“…As percepções acerca dos males provocados pela alienação do trabalho na contemporaneidade são variadas, dentre os quais se destacam a ressignificação do trabalho, percebido agora como um encargo e uma tortura (Codo, Sampaio, & Hitomi, 1993), e os problemas psicossociais advindos de uma "dessubjetivação do trabalho", como o esfacelamento da noção de coletividade e da identificação entre os trabalhadores e a negação do sofrimento proveniente do trabalho alienado (Dejours, 1999). Isso se reflete nos laços sociais presentes fora do espaço laboral; e, ainda, a adoção de novas identidades, provenientes da falência do Estado de Bem-Estar Social e da imposição da concorrência a partir do espaço laboral (Bendassolli, 2000). Sobre este, Codo, Sampaio e Hitomi (1993) apontam que a adequação dos indivíduos à constante situação de concorrência se torna essencial à sobrevivência e à individualidade do ser, pois o pagamento do trabalho, o salário, é que aparece não só como meio de acesso à educação e cultura, por exemplo, mas, em si, como "fundamento da cidadania possível" (Codo, Sampaio, & Hitomi, 1993, p. 163).…”