Psicoterapia de casal na pós-modernidade: rupturas e possibilidades

Abstract

O objetivo deste trabalho foi abordar a crise da conjugalidade na pós-modernidade e indicar novas possibilidades psicoterapêuticas. São traçadas as características do movimento pós-moderno, ressaltando suas relações com a produção de novas formas de subjetividade e de conjugalidade. O impacto na cultura brasileira é revisto. As mudanças da conjugalidade são compreendidas em suas implicações para a prática da psicoterapia de casal em um enfoque construcionista. Aspectos das rupturas na epistemologia do "si-mesmo" são apontados como possibilidades de novas direções psicoterapêuticas.

A transmissão psíquica na poética familiar de Almodóvar: Volver (2006) e Tudo sobre Minha Mãe (1999)

“…Para Féres-Carneiro (1998), esse conceito recebe o nome de identidade conjugal, o que na literatura específica é designado como conjugalidade (Caillé, 1991;Cicco et al, 2005;Diniz-Neto & Féres-Carneiro, 2005;Magalhães & Féres-Carneiro, 2007). A conjugalidade, assim como pode ser construída, pode ser dissolvida, como observamos em Volver.…”

De onde viemos? Uma revisão histórico-conceitual da psicoterapia de casal

“…Durante as décadas de cinqüenta e sessenta, outro paradigma desenvolveu-se a partir de estudos, reflexões e novas descobertas que colocavam novos enfoques sobre a questão das "patologias psicológicas" (Diniz-Neto & Féres-Carneiro, 2005a, 2005b, 2005c. Estudos pioneiros parecem ter se inspirado no, hoje, clássico estudo intitulado Toward a theory of esquizofreny, de Bateson, Jackson, Haley e Weakland (1956), no qual esses autores apresentaram pela primeira vez a teoria do duplo vínculo, apontando para a possibilidade e necessidade de intervenções, não com o indivíduo como membro, mas com a família como campo de tratamento (Féres-Carneiro, 1996;Ferro-Bucher, 1989, 1990Foley, 1984Foley, /1995.…”

“…E quaisquer que sejam esses desdobramentos, com suas convergências e divergências, as perspectivas do feminismo, do multiculturalismo e do pós-modernismo trouxeram uma aguda consciência da diversidade de experiências de homens e mulheres de diferentes culturas (Gurman & Fraenkel, 2002). Em conjunto, essas críticas aos padrões da psicoterapia de casal não só influenciaram como têm refletido os desenvolvimentos posteriores no campo (Diniz-Neto & Féres-Carneiro, 2005a, 2005b, gerando novas formas de abordar e tratar a conjugalidade, conscientizando-nos de nossa responsabilidade e de nosso lugar na compreensão da co-produção de novas formas de conjugalidade daqueles que são nossos parceiros, ou seja, nossos clientes.…”

Recasamento: Relações Familiares Na Perspectiva Dos Filhos

“…Além disto, coexistem no imaginário do relacionamento amoroso aspectos tradicionais e contemporâneos. Novas formas de amar e de se relacionar vêm sendo construídas, acompanhando as exigências de uma sociedade cujos valores e regras sociais e econômicas estão em constante transformação (Araújo, 2002;Diniz-Neto & Féres-Carneiro, 2005;Zordan, Falcke & Wagner, 2009 (Féres-Carneiro, 2003).…”