Este artigo objetiva investigar as estratégias, ações, disputas e conflitos dos EUA em busca de petróleo, sobretudo a partir do pós-guerra, na conformação de sua geopolítica, e seus efeitos para a evolução recente da indústria de petróleo no Brasil. Nesse sentido, parte-se do conceito de economia geopolítica de guerras por recursos, marca fundamental da geopolítica moderna, uma ordem internacional caracterizada por conflitos e disputas entre diferentes atores internacionais e domésticos pelos principais recursos naturais estratégicos do planeta, diante de um cenário de escassez, degradação ambiental, de expansão da economia capitalista e de disputas hegemônicas. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura sobre o tema, com destaque para os principais eventos históricos e ações econômicas e geopolíticas dos EUA associadas ao conceito de guerras por recursos. O trabalho conclui que (i) os EUA sempre atuaram em relação ao petróleo a partir de uma lógica de disputas e conflitos, tanto no campo econômico quanto no campo geopolítico, com o objetivo de fazer valer sua supremacia e de suas empresas nacionais; e (ii) a reação geopolítica dos EUA à mudança de patamar do Brasil no que se refere ao volume de reservas, capacidade produtiva e marco legal do modelo de partilha no governo Dilma Rousseff, definindo a Petrobras como operadora exclusiva, colocou o Brasil no horizonte da guerra por recursos do petróleo.