Caracterização de eventos extremos do nível do mar em Santos e sua correspondência com as reanálises do modelo do NCEP no sudoeste do Atlântico Sul

Abstract

Este trabalho tem como objetivo identificar a influência atmosférica em escala sinótica sobre o oceano, para eventos extremos de maré meteorológica na costa sudeste brasileira. Para isso foram utilizados dados de elevação do nível do mar do Porto de Santos-SP, campos de vento e pressão em superfície das reanálises do modelo do NCEP abrangendo o Atlântico Sul, no período de 1951 a 1990. Foi possível identificar a variabilidade sazonal e o padrão de evolução dos sistemas atmosféricos associados aos eventos extremos, de grande relevância para aplicações em prognósticos e alertas a autoridades. O outono e inverno apresentaram a maior ocorrência de extremos positivos (40,2 % e 30,8 % respectivamente), enquanto a primavera e o inverno foram as estações com maior número de extremos negativos (47,2 % e 32,3 % respectivamente). Os resultados mostram que os casos mais importantes de sobre-elevação do nível do mar ocorrem com a evolução e persistência de sistemas de baixa pressão sobre o oceano, com ventos de sudoeste acima de 8 m/s, juntamente com o anticiclone da retaguarda posicionado sobre o continente.

Análise da velocidade do vento e altura de onda em incidentes de naufrágio na costa brasileira entre os estados do Sergipe e do Rio Grande do Sul

“…Alguns sistemas meteorológicos podem gerar ventos com intensidade suficiente para a formação de ondas elevadas, e estas se propagarem por grandes distâncias com pouca atenuação (Melo Filho, 1993, 2004Campos et al, 2010). Em eventos extremos, há ondas que podem percorrer distâncias comparáveis à metade da circunferência da Terra (Barber e Ursell, 1948).…”

“…Os casos com ausência de ventos fortes e presença de ondas elevadas podem ter sido originados pela atuação de sistemas meteorológicos ocorridos à distância, os quais podem gerar ondas de plataforma continental (Melo Filho, 1993, 2004Castro e Lee, 1995;Campos et al, 2010), alcançando regiões onde a velocidade do vento se encontra em condições normais. Em estudo na costa sudeste do Brasil (Castro e Lee, 1995) foi observado que flutuações do nível do mar, registradas em porções do centro ao norte da região estudada, estiveram mais bem correlacionadas com ventos registrados mais ao sul e em períodos anteriores de tempo.…”

Resposta morfodinâmica à alimentação artificial da Ponta da Praia, Santos, SP

“…Segundo Harari & Camargo (1998) O nível do mar pode se elevar extraordinariamente causando inundações na costa, quando tempestades severas atingem o litoral durante períodos de máxima maré astronômica (sizígia) (Campos et al, 2010). Nesse caso, a diferença entre a maré observada e a maré astronômica prevista para determinado local, quantifica a influência desse tipo de fenômeno sobre a orla continental, sendo definida como maré meteorológica (Pugh, 1987apud Campos et al, 2010.…”

Morfodinâmica e eventos de sobrelavagem: praias da baía de Santos, SP

“…O nível do mar pode se elevar significativamente causando inundações na costa, quando o litoral é atingido por fortes tempestades durante os períodos de máxima maré astronômica (Campos, Camargo, e Harari 2010). Neste estudo de Campos, Camargo, e Harari (2010) foi observado que as medidas positivas de maré meteorológica estão associadas a pistas de vento com velocidades acima de 8m/s próximo à costa, concluindo-se que os fenômenos extremos dependem da evolução temporal e da persistência da pista de vento.…”