“…FA no pós-operatório de revascularização do miocárdio com CEC. O expressivo percentual de 25% de FA verificado em nosso estudo, no grupo não-estimulado, está de acordo com os dados de Hashimoto et al60 , que em 1990, na avaliação de 800 pacientes submetidos a revascularização do miocárdio com CEC, relataram incidência de 23% de arritmia supraventricular, sendo que 61% destas corresponderam a FA.A ampla variação da incidência da FA no pós-operatório de revascularização do miocárdio com CEC relatada na literatura deve-se, em parte, à diversidade de métodos diagnósticos para sua identificação, assim como às diferentes terminologias utilizadas para conceituar essa arritmia.Dessa forma, verifica-se que é cerca de 11% a incidência de FA relatada quando se utiliza um eletrocardiograma convencional isolado e diário, mas atinge até 44% quando o registro do eletrocardiograma é feito de forma contínua, durante todo o período de internação 1 .Creswell et al1 , em 1993, utilizando monitorização contínua à beira de leito em 2.833 pacientes submetidos a revascularização do miocárdio, à permanência do paciente por 72 horas em ambiente de terapia intensiva ou à manutenção de monitorização ambulatorial pela técnica de Holter, implicou na escolha do registro de eletrocardiograma convencional após a alta da UTI que, fundamentado nos sintomas de palpitação, dispnéia ou mal estar súbito alcançou o percentual dentro dos limites de 16 a 30% de FA relatados por estudos anteriores 1 .Em consonância, nos estudos de Lima et al61 , em 2001, relataram 16% de FA pós-operatória num grupo mais jovem de pacientes, com média de 58,7 ± 9,5 anos. A associação de idade avançada com aumento da incidência de FA, entretanto, não está limitada somente ao período pós-operatório.…”