2002
DOI: 10.1590/s0102-71822002000200004
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Teoria social lacaniana e prática clínica

Abstract: RESUMO: O encontro intelectual entre três escritores simpáticos, em algum nível, ao trabalho de Lacan foi reunido no livro Contingência, Hegemonia, Universalidade (Butler, Laclau e Zizek, 2000a). Esses três autores são bem conhecidos em um conjunto difuso de campos que vão dos "estudos culturais" (cultural studies) à teoria literária e à teoria polí-tica. Como o subtítulo do livro indica -"Diálogos Contemporâneos da Esquerda" -eles também possuem alguma afinidade com o marxismo, "pós-marxismo" e política femin… Show more

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“…O conceito de "hegemonia" e suas limitações operadas pelo "antagonismo" próprio de todo sistema, desenvolvidos por Laclau e Mouffe (2015), abrem um campo de discussão, retomado por Butler, Laclau e Zizek (2004), acerca da pertinência política dessas formulações lacanianas, ou se haveria aí uma lógica transcendente a-histórica e, portanto, indiferente à política (p. 70). Não vou enveredar pelas nuances desse debate -já que ele está 5 ISSN 1807-0310 muito bem posto na própria obra "Contingência, hegemonia e universalidade…", assim como por outros autores como Parker (2002) -mas vou ressaltar a posição de Zizek que nos ajudará em nossos argumentos. Respondendo à crítica de Butler à Lacan, que considera a noção de sujeito barrado transcendental e a-histórica, assim como a crítica dirigida por Laclau à sua utilização da noção lacaniana de "real", Zizek ataca o cerne da distinção entre historicidade e transcendentalismo a-histórico, bem como o não entendimento por parte de ambos, da condição central da dimensão do real no campo do simbólico.…”
Section: Uma Política Da Incompletudeunclassified
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“…O conceito de "hegemonia" e suas limitações operadas pelo "antagonismo" próprio de todo sistema, desenvolvidos por Laclau e Mouffe (2015), abrem um campo de discussão, retomado por Butler, Laclau e Zizek (2004), acerca da pertinência política dessas formulações lacanianas, ou se haveria aí uma lógica transcendente a-histórica e, portanto, indiferente à política (p. 70). Não vou enveredar pelas nuances desse debate -já que ele está 5 ISSN 1807-0310 muito bem posto na própria obra "Contingência, hegemonia e universalidade…", assim como por outros autores como Parker (2002) -mas vou ressaltar a posição de Zizek que nos ajudará em nossos argumentos. Respondendo à crítica de Butler à Lacan, que considera a noção de sujeito barrado transcendental e a-histórica, assim como a crítica dirigida por Laclau à sua utilização da noção lacaniana de "real", Zizek ataca o cerne da distinção entre historicidade e transcendentalismo a-histórico, bem como o não entendimento por parte de ambos, da condição central da dimensão do real no campo do simbólico.…”
Section: Uma Política Da Incompletudeunclassified
“…Veremos como esses três autores se utilizam de concepções também lacanianasespecialmente as noções de sujeito e de real, ou por outra, do sujeito como uma resposta do real -como fundamentos, operando uma recusa ou de ambas as formas. De todo modo a produtiva polêmica gira em torno da definição de Laclau de "antagonismo social" (Laclau & Mouffe, 2015), muito próxima do entendimento de uma "incompletude" radical, seja do sujeito, seja do social (Parker, 2002).…”
Section: Introductionunclassified
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“…(...) o antagonismo é "interno" ao sujeito e ao social, e não algo que se ocorre entre eles. (PARKER, 2002, p. 50) Parker (2002). repete aqui, em certa medida, a crítica ao sociólogo Talcott Parsons feita porAdorno (1931Adorno ( /1991, segundo o qual Parsons procurou conciliar o estudo da sociedade, dos grupos e do indivíduo através de uma solução metodológica, propondo que entre eles haveria simplesmente uma diferença de grau, de níveis de abstração de um objeto suposto idêntico a si mesmo, ou seja, tratar-se-ia do mesmo objeto visto por métodos diversos apenas: de um lado os elementos sociais objetivos, e do outro o psiquismo individual subjetivo.…”
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