Esta pesquisa investiga os papéis desempenhados e as interações estabelecidas pelas pequenas cidades da região de influência de Araguaína-TO, que é o segundo principal centro urbano do Tocantins, dispondo de uma ampla oferta de bens e serviços para o contexto regional. Dentre as 26 cidades sob sua região de influência, Carolina-MA, São Geraldo do Araguaia-PA e Campos Lindos-TO, se destacam em vários indicadores econômicos e populacionais, como os maiores PIBs, população e produção agropecuária. A pesquisa foca no entendimento dessas pequenas cidades, a partir da centralidade e das interações espaciais, produzidas pelas atividades econômicas que elas mantém com outros centros e dos deslocamentos dos seus moradores. Em termos metodológicos, o estudo apresenta uma abordagem quali-quantitativa. Os procedimentos quantitativos estão focados na caracterização geral das pequenas cidades diretamente influenciadas por Araguaína, segundo classificação do IBGE (2008), coletando dados secundários de vários órgãos e instituições. Com relação aos procedimentos de natureza qualitativa, por meio de observação simples percorremos as ruas de São Geraldo do Araguaia, Carolina e Campos Lindos, com diário de campo, quando foi possível, fazendo anotações de todos os estabelecimentos existentes e principais serviços oferecidos, bem como elementos para a realização de mapas temáticos. Realizamos também entrevistas semi-estruturadas com a utilização de dois tipos de formulários, sendo o primeiro, destinado à população da área urbana e o outro com os proprietários e responsáveis pelos estabelecimentos comerciais. Entre os elementos que redefinem a rede urbana estão as novas tecnologias da informação, a ampliação do consumo entre os trabalhadores de menor renda, bem como o avanço do agronegócio e a tímida desconcentração industrial. Em termos analíticos, surgem novas abordagens que propõe explicações à esses elementos. Entre os quais, destaca-se a articulação de escalas geográficas, em que as interações espaciais se tornam interescalares. Nas pequenas cidades em estudo, os processos de modernização são muito recentes e se realizam com extrema contradição, em razão dos acentuados índices de pobreza. As novas dinâmicas que redefinem a rede urbana nacional, não são indiferentes na região em estudo, guardadas as suas especificidades e os cuidados que se deve ter ao fazer analogias de processos gerais, elas já se mostram capazes de impor novos elementos para se pensar a rede de cidades. De um lado, as cidades médias tem suas funções sustentadas em interações espaciais interescalares e hierárquicas, subordinando as pequenas cidades, de outro, essas cidades ao mesmo tempo que estão subordinadas a cidade média, subvertem parcialmente essa hierarquia, especialmente através das novas tecnologias e do fortalecimento do agronegócio. Palavras-chave: Pequenas cidades; rede urbana; cidades médias; região de influência de Araguaína; Tocantins