Os anos 90 constituem um marco importante na trajetória do empresariado brasileiro, tal como, no passado recente, os anos 30 e os anos 70 representaram importante ponto de referência para a definição das características da estratégia da industrialização por substituição de importações. Durante cinco décadas a industrialização expandiu-se e a economia experimentou um ritmo de crescimento acelerado, que tem seu auge na década de 70 e entra em declínio nos anos 80, a chamada década perdida. Ao longo desses 50 anos, a produção industrial cresceu a uma taxa média de 9% ao ano, enquanto, na década seguinte, as taxas alcançariam níveis muito inferiores, entre 1 e 2%. A partir de então, o Brasil abandonou as políticas de desenvolvimento, ingressando numa etapa marcada pela administração de uma economia em crise, sob o impacto de altos índices de inflação e de endividamento externo. Tal como em 30, a ruptura da déca -da de 80 foi fortemente afetada pela crise internacional. Inicialmente os choques do petróleo e, a seguir, o choque dos juros, este em fins dos anos 70, determinaram sérias restrições externas, colocando em xeque o funcionamento do sistema econômico. A preocupação com a industrialização e o planejamento econômico foi substituída por políticas de estabilização
EMPRESARIADO E ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO* ELI DINIZ