P or ter se convertido em espaço e instrum ento das conciliações com o passa do, o listado brasileiro não pôde se to m a r completam ente m oder no e autenticam ente republicano. Não teve como deixar de se subm eter a práticas e concepções fortem ente vinculadas ao tradi cional privativism o das elites. Tomou-se um Estado moderno enxertadó de patrim onialism o, cuja burocracia legitima seu poder através do recurso a proce dim entos clientelistas e fis io lógicos.A temática da permanência e da m udança freqüenta em posição de destaque a história do pensam ento teórico no m undo m oderno. Na América Latina, e de m odo particular no Brasil, conheceu especial fortuna nas décadas de 50 e 60, no bojo dos esforços feitos pelos cientis tas sociais para repensar o desen volvimento e seus obstáculos, as relações com o m undo e as situações derivadas da "depen dência". Mas, desde sempre, este ve vivamente incorporada ao imaginário político e cultural latino-americano.Hoje, estamos novamente fascina dos por essa temática. Ela ressur ge -e seduz -espicaçada pela própria fase histórica em que nos encontramos, fortem ente marca da pelo impacto das mudanças que se sucedem com grande rapi dez em todos os padrões societários. Paradoxalmente, no vasto e heterogêneo continente Latino-americano, ressurge tam bém motivada pela reproduçãocm escala não imaginada algumas décadas atrás -dos traços consti tutivos mais problemáticos dos países da região, decorrência de uma história perversa que parece ter condenado a América Latina à inserção subordinada no mundo, a restar como que sepa rada por um fosso dos países desenvolvidos. Mas a vontade de mudar, de entrar em sintonia com o m undo e ser "moderno"no Estado, na economia, no discurso e no com portam entose sobrepõe a tudo, como impe rativo categórico, num certo sentido obscurecendo a consta tação pungente de que nos foi dado viver apenas a parte mais caricata de uma m odernidade inconclusa.
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