ResumoEste artigo apresenta a linguagem metafórica, assim como metonímica, que surgiu em interações discursivas entre os participantes, quando conversaram sobre a convivência com a violência no futebol em Minas Gerais. Utilizamos uma abordagem da metáfora à luz da dinâmica do discurso que sustenta que as metáforas utilizadas pelas pessoas na fala refletem suas emoções, valores e opiniões. A análise foi centrada em dados coletados a partir da discussão em um grupo focal em Belo Horizonte, Minas Gerais. Nossa pergunta de pesquisa foi: de que maneira os participantes usam linguagem figurada quando falam sobre violência no futebol? Adotamos a análise do discurso à luz das metáforas (CAMERON et al., 2009), que nos permite refletir sobre a maneira como os brasileiros enfrentam situações de violência urbana e sobre a linguagem figurada que eles usam para conceitualizar a violência.Palavras-chave: Violência urbana. Futebol. Linguagem figurada. Metáfora. *1Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG. O projeto "Futebol, metáfora e violência urbana", que contou com uma bolsa PIBIC/PROBIC FAPEMIG em 2012, foi desenvolvido sob minha coordenação na Faculdade de Letras da UFMG, em colaboração com o projeto "Metáfora e a constante ameaça de violência urbana no Brasil", coordenado pela Profa. Ana Cristina Pelosi (UFC) no Ceará. O projeto guarda-chuva é coordenado pela Profa. Lynne Cameron da Open University, Milton Keynes, Reino Unido. ** Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal do Ceará.
Futebol e metáfora: motivações cognitivasEm um estudo realizado anteriormente, buscou-se investigar expressões metafóricas motivadas pelo domínio experiencial futebol na mídia brasileira.Objetivou-se discutir que domínios experienciais fonte vão mapear o domínio-alvo futebol e vice-versa. Os resultados apontaram mapeamentos metafóricos que contemplaram os domínios experienciais fonte ARTE, GUERRA, RELIGIÃO, NEGÓCIO, EDIFÍCIO, utilizados para falar sobre o domínio-alvo FUTEBOL e o uso do esquema imagético de CONTÊINER (FERREIRA, 2011).