“…Já faz algum tempo que pesquisadores têm se debruçado em investigações que visam a compreender as culturas disciplinares. Para exemplificar isso, ressaltamos os estudos de Holmes (1997), que examinou, comparativamente, a organização composicional da seção de Discussão em artigos acadêmicos das áreas de História, Ciência Política e Sociologia, percebendo que a referida seção na área de História apresenta um repertório de movimentos retóricos mais enxuto se comparada à configuração dessa seção nas áreas de Ciência Política e Sociologia; de Parodi (2009) que catalogou os gêneros mais utilizados no processo de formação de estudantes em quatro áreas disciplinares (Química Industrial, Serviço Social, Engenharia Civil e Psicologia), constatando, por exemplo, que estudantes de Psicologia liam até quatro vezes mais que os estudantes de Química Industrial; de Morales (2010) que, ao descrever sociorretoricamente artigos acadêmicos na área de Odontologia, produzidos em língua hispânica, constatou que os pesquisadores dessa área não recorrem a críticas a pesquisas prévias, haja vista a pouca competição entre odontólogos hispânicos; e de Peacock (2011) que analisou a seção de Métodos de artigos acadêmicos em oito áreas disciplinares (Biologia, Química, Física, Ciências ambientais, Negócios, Linguística, Direito e Administração Social). Embora se trate de um recorte bem reduzido de estudos em torno dessa perspectiva teórica, o intuito aqui foi elucidar algumas pesquisas que têm sido produzidas acerca das variações disciplinares.…”