Não há, no Brasil, uma política linguística geral para o léxico especializado; no entanto, há ações glotopolíticas isoladas e uma delas foi a orientação terminológica para a denominação da patologia hanseníase (lepra). Com o objetivo de analisar as condições sociodiscursivas de uso das unidades lexicais especializadas relativas a essa doença, este trabalho fundamenta-se em teorias de viés comunicativo e linguístico da Terminologia, principalmente na Teoria Comunicativa da Terminologia (TCT). O corpus é composto por 250 artigos científicos publicados entre as décadas de 1970 e 2020 no Brasil. A produção científica brasileira sobre a hanseníase é vasta e a análise mostra que, embora determinadas unidades lexicais tenham seu uso restringido por lei, elas continuam a ser empregadas em contextos específicos. Conclui-se que, no caso específico da hanseníase, a iniciativa de planificação linguística teve efeito, mas não gerou o desuso da forma concorrente.