Escola de Comunicações e Artes da USP. Resumo Este trabalho indica alguns referenciais teóricos que podem colaborar na discussão acerca dos vínculos entre comunicação e linguagem. Para tanto, remete a autores que fixaram categorias, sobretudo no âmbito verbal-das quais são exemplos multicentra-lidade, diálogo, interação, jogo, contrato, ação-, com potencial para permitir análises mais proficientes dos textos comunicacionais mediados tecnologicamente. AbstRACt This work indicates a few theoretical references that will collaborate in the discussion regarding the connections between communication and language. Moreover, the text refers to authors who, mainly in the verbal dimension-set categories which includes dialog, interaction, game, contract, action-, with potential to allow more efficient text analysis of communication mediated technologically. "A linguagem é tão velha como a consciência: a linguagem é a consciência prática, a consciência real, que existe também para os outros homens e que, portanto, começa a existir também para mim; e a linguagem nasce, como a consciência, da necessidade de promover intercâmbios com os demais homens" (Karl Marx). matrizes Ano 2-Nº 1 segundo semestre de 2008 Comunicação e Linguagem: diálogos, trânsitos e interditos A comunicação, afora os aspectos empresariais ou técnico-industriais, é, fundamentalmente, linguagem sob diferentes configurações de códi-gos e signos. Por imperativos históricos, as reflexões sobre a linguagem aplicadas ao campo da comunicação mantêm vínculos com tradições oriundas seja dos estudos clássicos que remontam à retórica seja com vertentes abrigadas, amplamente, sob o título de semiótica. E aqui não se está situando origens conflitantes ou excludentes, mas firmando orientações gerais que podendo dialogar entre si, modulam tendências próprias no amplo tratamento dos signos. A exemplo de Charles Sanders Peirce e Mikhail Bakhtin que, conquanto enten-dam a linguagem como um amplo sistema semiótico, tratam o problema sob siglas diferentes, seguindo procedimentos metodológicos, inflexões filosóficas e compreensões fenomênicas que andam por caminhos próprios. É provável que o cenário da nova comunicação, pensada a complexidade de uma construção técnica cada vez mais interconectada, convergente, aberta a expe-riências participativas, tenha de encontrar outras maneiras de trabalhar os desafios da linguagem, instituindo procedimentos ancorados em formulações teóricas capazes de melhor explicar os andamentos, desdobramentos, aparatos formais, estratégias de composição dos sentidos substanciados no roteiro dos signos. E isto segundo perspectiva que reconheça não apenas como o novo incorpora o velho, mas o que de velho resiste no novo, ou seja, acionando-se a dimensão arqueológica do conhecimento, circunstância capaz de atualizar o tempo remoto das técnicas do ver e do ouvir, como formulado por Siegfried Zielinski (2006). Em função deste roteiro-parte dele passível de tratamento sob outras circunstâncias-recuperamos algumas contribuições vindas da teoria da lin-guag...