Anatomia de estípulas e coléteres de Psychotria carthagenensis Jacq. (Rubiaceae)

Abstract

Acta bot. bras. 23(4): 923-928. 2009 Introdução Nas Américas, a família Rubiaceae está representada por 229 gêneros e 5200 espécies (Delprete 1999), dentre elas Psychotria carthagenensis Jacq. com distribuição desde a Costa Rica até a Argentina; no Brasil ocorre do Pará ao Rio Grande do Sul (Delprete et al. 2005).Psychotria carthagenensis é encontrada em ambientes bastante distintos . De acordo com estes autores, no Sul do Brasil, a espécie ocorre desde o nível do mar até 600 m de altitude, em três tipologias vegetacionais distintas: Floresta Ombrófi la Densa, Restinga e Ambiente Reofítico, sendo possível observar grande variação morfológica entre as populações de cada uma dessas regiões. Delprete et al. (2005) mencionam, dentre outras características usadas para identifi cação de P. carthagenensis, a presença de estípulas grandes, obtusas, membranáceas e que são completamente decíduas, estando presentes apenas nos ápices dos ramos. Pereira et al. (2006) também ressaltam que as estípulas apicais, cuja forma é lanceolada, são bem evidentes e representam um caráter taxonômico para a espécie.Estípulas em muitas famílias de dicotiledôneas são estruturas capazes de secretar mucilagens, gomas ou resinas (Lersten 1974). Fahn (1979) relata a existência de estípulas jovens, as quais, em muitos gêneros de Rubiaceae, possuem estruturas secretores de mucilagem denominadas coléteres. Sua secreção protege os primórdios foliares contra a dessecação (Solereder, 1908 Ao longo da história da botânica, raras têm sido as publicações detalhando as características estruturais de estípulas e coléteres. Tais estruturas merecem mais estudos, tanto pela relevância taxonômica e fi logenética para a família Rubiaceae, quanto pela possível importância para o sucesso adaptativo das espécies em seu hábitat.Os Brazil). Apical shoot stipule samples were collected, fi xed, and processed for light and scanning electron microscopy studies. Histochemical tests were made on in vivo material. The bases of stipules are connected and the apices are separate. On the adaxial surface, there are multicellular trichomes and the colleters are found among these. They have a constricted base, pores on the cuticle surface, parenchymatic middle axis surrounded by a layer of palisade-like epidermal cells, in which may have raphides. The colleters secrete a mucilaginous substance that is very important to protect the apical shoot and young leaves.

Foliar colleters inMacrocarpaea obtusifolia(Gentianaceae): anatomy, ontogeny, and secretion

“…The absence of vascularization observed in the colleters of M. obtusifolia has also been reported for other species of Gentianaceae (Renobales et al 2001;Delgado et al 2011;Dalvi et al 2013) and for other families of angiosperms (Appezzato-da-Glória and Estelita 2000; Paiva and Machado 2006;De-Paula and Oliveira 2007;Vitarelli and Santos 2009). Although Carlquist (1969) reported that vascularization is directly related to the size of the structure and not the developmental stage, this statement does not seem valid for the Gentianaceae, because although the colleters of Macrocarpaea are larger than the foliar colleters of other species of the same family, these are not vascularized.…”

“…In M. obtusifolia, colleters remain intact after the secretory phase, which suggests that the secretion is eliminated by cuticle pores (Vitarelli and Santos 2009). Furthermore, ultrastructural studies are necessary for clarifying the mechanism of elimination of colleter secretion in M. obtusifolia.…”

Colleters in Chamaecrista (L.) Moench sect. Chamaecrista and sect. Caliciopsis (Leguminosae-Caesalpinioideae): anatomy and taxonomic implications

“…Standard type colleters are comprised of a secretory palisade epidermis covering a non-secretory central axis, which may or may not be vascularized with xylem and phloem (Lersten 1974). In contrast to this standard type of colleter, which has been described for other botanical families (Appezzato-da-Glória & Estelita 2000;Paiva & Machado 2006a;Vitarelli & Santos 2009), the most common type of colleter for the genus Chamaecrista, as shown by our data along with data provided by Coutinho et al (2015), are comprised of homogenous cells.…”

“…Chamaecrista and Caliciopsis studied, non-vascularized colleters have bee previously reported for other species of Chamaecrista belonging to other sections (De-Paula & Oliveira 2007;Coutinho et al 2013;, other species of Caesalpinioideae (Paiva & Machado 2006b;Paiva 2009;Souza 2014), and even species of other families (Paiva & Machado 2006a;Paiva 2009;Vitarelli & Santos 2009;Silva et al 2012;Dalvi et al 2013). Anatomically, the colleters described for the species of sect.…”

Ultrastructure of secretory and senescence phase in colleters of Bathysa gymnocarpa and B. stipulata (Rubiaceae)

“…they can occur at adaxial surface or at margins; and it is possible to notice at calyx, close to trichomes (majumdar & pal 1958, horner & lersten 1968, lersten 1974a, b, miller et al 1983, Robbrecht 1988, thomas 1991, da Cunha & Vieira 1997, Klein et al 2004, miguel et al 2006, Vitarelli & santos 2009. Rubiaceae colleters show little morphological variation comparing to literature, however, there is a great diversity of length, form and development of a basal constriction, and central axis diameter (Robbrecht 1988).…”