IntroduçãoIndicadores de saúde infantil são extremamente afetados pelas condições do meio em que a criança vive e altamente dependentes da oferta suficiente e apropriada de cuidados 1,2 . Se essas condições não forem atendidas, esses indicadores não serão bons. Este cenário se faz presente, invariavelmente, nos pequenos municípios que se localizam distante dos grandes centros urbanos, que são pobres, que apresentam estrutura em saúde insuficiente e que carecem enormemente de pessoal habilitado a pensar e oferecer saúde do ponto de vista coletivo 3 . Via de regra, o que se vê é a oferta de um serviço individualizado, curativo, paliativo, repetitivo e voltado ao atendimento de uma demanda quase infinita. Isso ocorre também em virtude de os gerenciadores locais preferirem os programas verticais do governo, que já vêm acompanhados de recursos.Por essas razões, são extremamente raras situações em que o próprio município avalia seus indicadores de saúde 4 , o que permitiria estabelecer linha de base para futuras avaliações, examinar a cobertura de programas, determinar prioridades de intervenção e definir metas a serem alcançadas em um determinado período 5 . A sua não-ocorrência acaba reduzindo o impacto das intervenções oferecidas e levando muitos programas ao descrédito, por parte tanto dos gerenciadores, quanto dos seus usuários.ARTIGO ARTICLE Cesar JA et al.