Nutrição e saúde infantil em uma comunidade indígena Teréna, Mato Grosso do Sul, Brasil

Abstract

O trabalho descreve as condições de saúde e nutrição de crianças indígenas Teréna, caracterizando o estado nutricional infantil, o consumo de alimentos, as condições sócio-econômicas e ambientais. Foi estudada uma amostra de 100 crianças de 0 a 59 meses, residentes na Aldeia Córrego do Meio, Mato Grosso do Sul, Brasil. As prevalências de déficits nutricionais determinadas foram de 8,0% para o índice peso-para-idade, de 16% para o índice estatura-para-idade e, para obesidade, de 5%. A proporção de retardo do crescimento observada é superior à encontrada na população brasileira como um todo, provavelmente por refletir as precárias condições sócio-econômicas, ambientais e de saúde em que vive esta comunidade Teréna. A análise da adequação percentual média dos nutrientes que compõem a dieta infantil indicou o não atendimento às recomendações nutricionais nas diferentes faixas etárias. Novos estudos de caráter multidisciplinar e longitudinal são necessários para melhor entendimento dos processos identificados.

Estado nutricional de crianças índias terenas: evolução do peso e estatura e prevalência atual de anemia

“…8 In contrast, other indigenous groups have exhibited much greater proportions of stature for age for the same age group, for example, the Tupi-Mondê (55.4%) in Rondonia and Mato Grosso states 4 and the Surui from Rondonia 17 and the Ikpeng (37.7%) from the Alto Xingu. 18 Taking just the age group from 0 to 60 months, the values found in the present study (22.1% in 1995 and 12.2% in 2002) are comparable to those observed, in 1990, in another Terena village in do Mato Grosso do Sul state (16%) 9 and in the Xavantes of Mato Grosso (11.3%). 7 Studies undertaken in several different regions worldwide, including Brazil, 19,20 have revealed a secular tendency towards increased stature.…”

“…11,12 This feature was evaluated with Terena children living in the Córrego do Meio village in Mato Grosso do Sul. 9 They observed that, 9 based on a 24-hour dietary recall, the mean estimated percentage of recommended iron intake was 14.1% for 6 to 11 months of age, 33% for 12 to 24 months and 60.4% from 24 to 59 months, confirming insufficient iron consumption. In ancylostomiasis there is also the possibility of blood loss caused by intestinal parasites.…”

“…In an earlier study, 3 it was found that the children of Terenas Indians, from the villages of Limão Verde and Córrego Seco, located in the district of Aquidauana, exhibited a pattern of weight and stature comparable with other groups indigenous to Brazil, characterized by a deficit in height for age and appropriate weight for height. [4][5][6][7][8][9][10] A study undertaken of the children of Alto Xingu Indians found that from 1980 to 1992, a statistically significant reduction in median height for age z-score had occurred, 10 emphasizing the importance of periodic assessments of the nutritional status of indigenous groups since cultural changes over the long term could be associated with alterations to the anthropometric pattern of the child population. 4 Iron deficiency anemia presents an elevated prevalence in developing countries, afflicting most often infants, preschool aged children, adolescents and women of a fertile age.…”

Estado nutricional e fatores associados à estatura de crianças da Terra Indígena Guarita, Sul do Brasil

“…Altos níveis de desnutrição já foram apontados em 1995, quando um inquérito nutricional de menores de cinco anos nessa mesma Terra Indígena mostrou 47,4% de baixa AIZ, 15,6% baixo PIZ e 2,1% baixo PAZ 17 . Estudos recentes apontam a desnutrição de crianças indígenas como grave problema de saúde pública, onde 16 a 53,5% das crianças apresentavam baixa estatura 10,23,24,25,26 . As prevalências de desnutrição nas crianças indígenas brasileiras, relatadas neste e em outros estudos, parecem ser bem maiores do que as observadas em estudos realizados na população em geral como, por exemplo, no Rio Grande do Sul, onde estudos de base populacional encontraram prevalência de baixa estatura de 6,8% 8 .…”

“…Estudos em populações indígenas com longo contato com a sociedade envolvente na Amazônia Brasileira 10 e internacionalmente 5,7,11 sugerem que a baixa estatura é mais prevalente nas áreas com maior privação de recursos sociais, indicadas por extrema pobreza 7 , falta de acesso à cidade por estradas 11 , baixa escolaridade materna, analfabetismo acima dos 14 anos e porcentagem de crianças com baixo peso ao nascimento e desnutrição 11 . A baixa estatura também é mais prevalente nas famílias indígenas com menor renda 10 , mães com alta paridade (sete filhos ou mais) e em crianças com infecções respiratórias 11 . O inquérito nacional mexicano 7 , estudos chilenos 5 e de quatro países Andinos 6 …”