“…No caso do Centro-Oeste, apesar da região ser uma frente pioneira não pautada pela expansão da indústria, sua inserção no capitalismo brasileiro revelou-se uma expressão do processo de industrialização brasileira, à medida que esse espaço foi, em grande proporção, aproveitado economicamente a partir das necessidades da economia urbano-industrial do Sudeste. Nessa região, o pacto social do processo de integração econômica regional é expresso através de uma relação de classes algo diversa, porém muito semelhante, à do esquema de tríplice aliança 12 : os imigrantes da Revolução Verde, oriundos principalmente da região Sul do Brasil, constituíram a principal parte da classe proprietária de terras; o Estado, através da intensificação do capital fixo "dormente" 13 , necessário à ampliação dos capitais "vivos" (capital variável das empresas) e "mortos" (capitais fixos), proporcionando uma diferenciação especulativa do espaço, tornando-o aproveitável do ponto de vista econômico; os capitais agroindustriais nacionais e, sobretudo, internacionais, tiveram atuação importante na expansão da atividade agropecuária na região e na sua integração com os capitais financeiro e industrial. Essas frentes de imigração devem ter suas características levantadas a partir dos seus fatores de estímulo e das suas transformações ao longo do tempo.…”