A segunda metade do século XIX é marcada por um intenso processo de modernização da cidade do Rio de Janeiro. A busca pelo espaço público como local de vivência social e valorização das atividades de lazer começou a melhor se conformar, inclusive com o crescimento e a diversificação do mercado do entretenimento, com destaque para teatros, circos, bailes, práticas esportivas e uma estrutura pública de alimentação, que também se relacionava com a nova configuração urbana, como as confeitarias. Estas, em geral, exerciam funções muito mais amplas que o simples preparo e a venda de doces, portando-se também como padarias e armazéns. Acreditamos que os principais frequentadores eram os integrantes de camadas sociais de maior poder aquisitivo ou os componentes de fatias medianas em ascensão. Frequentar confeitarias poderia ser interpretado como a representação de hábitos modernos, evoluídos e requintados, adequados a um país e a uma cidade que buscavam progredir. Sendo assim, o objetivo deste estudo é apresentar o perfil das confeitarias no Rio de Janeiro no século XIX, utilizando como fontes os periódicos publicados na urbe.