1997
DOI: 10.1590/s0102-01881997000200008
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Um Visitante do Rio de Janeiro Colonial

Abstract: O texto que se segue é a tradução de um manuscrito francês, intitulado Relâche du Vaisseau L'Arc-en-ciel à Rio de Janeiro, 1748, que se encontra na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa. Trata-se de um relato anônimo, que dá conta da passagem do navio francês L'Arc-en-ciel pelo porto carioca. Tal relato, um curioso documento para a história dos nossos costumes, contém uma descrição da baía da Guanabara e da cidade do Rio de Janeiro, uma pequena análise do caráter da gente portuguesa do Brasil, um perfil do Governador… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...

Citation Types

0
0
0
7

Year Published

2003
2003
2010
2010

Publication Types

Select...
3

Relationship

0
3

Authors

Journals

citations
Cited by 3 publications
(7 citation statements)
references
References 0 publications
0
0
0
7
Order By: Relevance
“…Nicolas Barré, que desembarcou na baía de Guanabara em 1576, diz ter se surpreendido com a temperatura que encontrou na então denominada "zona tórri-da", onde esperava se deparar com um calor capaz até mesmo de comprometer a vida de um europeu: "[...] ao contrário do que diziam os antigos, pareceu-nos bastante temperada, de tal modo que os homens que estavam vestidos não precisaram de se despir e os que estavam despidos não careceram de se cobrir". 10 Também surpreendidos com o anunciado clima ameno da baía de Guanabara ficaram outros dois colegas de Barré na aventura da França Antártica, Jean de Léry e André Thévet. O calvinista Léry, sobretudo, que por quase 12 meses viveu em terra, na companhia de alguns camaradas e dos nativos, empenhou-se, inclusive, em esclarecer aos seus coetâneos que os índios, fisicamente, não apresentavam grandes diferenças dos europeus -"não são maiores nem mais gordos" -, mas eram "mais fortes, mais robustos, mais entroncados, mais bem dispostos e menos sujeitos à moléstia", virtudes que, segundo o calvinista, decorriam do modo de vida despreocupado dos nativos e do "bom clima da terra, sem geadas nem frios excessivos que perturbam o verdejar permanente dos campos e da vegetação [...]".…”
unclassified
See 1 more Smart Citation
“…Nicolas Barré, que desembarcou na baía de Guanabara em 1576, diz ter se surpreendido com a temperatura que encontrou na então denominada "zona tórri-da", onde esperava se deparar com um calor capaz até mesmo de comprometer a vida de um europeu: "[...] ao contrário do que diziam os antigos, pareceu-nos bastante temperada, de tal modo que os homens que estavam vestidos não precisaram de se despir e os que estavam despidos não careceram de se cobrir". 10 Também surpreendidos com o anunciado clima ameno da baía de Guanabara ficaram outros dois colegas de Barré na aventura da França Antártica, Jean de Léry e André Thévet. O calvinista Léry, sobretudo, que por quase 12 meses viveu em terra, na companhia de alguns camaradas e dos nativos, empenhou-se, inclusive, em esclarecer aos seus coetâneos que os índios, fisicamente, não apresentavam grandes diferenças dos europeus -"não são maiores nem mais gordos" -, mas eram "mais fortes, mais robustos, mais entroncados, mais bem dispostos e menos sujeitos à moléstia", virtudes que, segundo o calvinista, decorriam do modo de vida despreocupado dos nativos e do "bom clima da terra, sem geadas nem frios excessivos que perturbam o verdejar permanente dos campos e da vegetação [...]".…”
unclassified
“…Tão impressionante para os visitantes quanto a exuberância da vegetação local -cuja variedade e singularidade levou o aventureiro Flecknoe a afirmar que "nem uma só árvore ou planta [...] apresentava semelhança com as da Europa" 22 -era a diversidade da fauna, a terceira das quatro tópicas vistas e revistas desde Vespúcio. A variedade dos pássaros, por exemplo.…”
unclassified
“…De 18 , deixou registrado o piloto -encontrou adeptos até o século XVIII, adeptos como o inglês James Forbes, um amante da história natural que, mesmo passando pelo Rio de Janeiro em pleno verão de 1765, conseguiu notar a suavidade do clima local, sempre ameno e temperado 19 . O clima temperado, contudo, é somente um dos muitos traços que os relatos advindos da França Antártica colaboraram ativamente para transformar em lugares comuns das narrativas sobre o Brasil e, paralelamente -tendo em conta o papel crucial das narrativas na invenção ou construção do Brasil pelo Velho Mundo -, do repertório intelectual europeu sobre a região.…”
unclassified
“…Todos querem ser nobres e gostam de mostrar desprezo pelas atividades produtivas, como se o trabalho honesto tornasse o homem menor. Eles levam tal comportamento tão longe que coisas simples como dar ordens aos escravos e fiscalizar o seu trabalho parecem-lhes contrárias à grandeza e à opulência que ostentam 21 .…”
unclassified
“…Recordemos, a título de exemplo, quão curiosas são as informações que o capitão Jean-François Landolphe legou-nos sobre a atividade da maçonaria no Rio de Janeiro de 1800 4 , quão detalhadas são as descrições feitas pelo inglês Thomas Lindley da cidade de Salvador em 1801 5 , ou quão argutas são as observações sobre a sutil transformação que se processava na sociedade carioca de 1803, deixadas pelo também inglês James Kingston Tuckey 6 . E haveria ainda que acrescentar a essa reduzida lista as breves mas instrutivas notas de George Mouat Keith sobre a Bahia em 1805 7 , a descrição do russo Krusenstern 8 10 , cujo fragmento relativo ao Brasil traduzimos abaixo.…”
unclassified