A esquizoeducação é exercício nada educado de mapeamento de linhas revolucionárias que oscilam entre o polo paranoico fascista e o revolucionário nomádico. Esquizoeducação é contra-história que legitima a escravização de povos negros e índios, que justifica atrocidades em nome do Humano e do Desenvolvimento Científico. Arrisca-se: involução sem idealidade reconstituída. Afirma que só há aprendizagens, só há partos, embora alguns abortos aconteçam em sala de aula ou na Escola. Esquizoeducação é aliança Rainha Nzinga e povos imbangalas e Cunhadismo e (k)quilombo e performance corpoalíngua de Clarissa Alcântara. Está em devir-negro, devir-índio, devir-trans. É composição de fluxos que não possuem identidade, gênero, raça..., mas não nega existência de estratos de raça, de gênero, de classe grudados à pele da terra. É hecceidades contra as identidades do colonialismo. É contracolonialismo. Esquizoeducação é atividade maldosa: desfamiliarizar, desedipianizar, descastrar, desfalocizar, destruir teatro, sonho e fantasma, descodificar, desterritorializar, com Guattari e Deleuze e Mbembe e Gonzalez e Souza e Preciado e Akotirene e Foucault e Oyèrónke e Fanon e Nego Bispo. Uma espantosa curetagem na formação de professoras, no Currículo, na economia do desejo, na política de identidade, na Escola, no Mundo. A esquizoeducação é maquinaria do desejo coletivo no combate aos interesses de classe do Capitalismo Mundial Integrado, da escravidão de si. Lance de dados de biopolíticas grávidas de biopotências. Na diferença à oposição clássica entre Estado e Mercado, a esquizoeducação é processo de mapeamento das linhas de coengendramento entre Capitalismo e Estado, entre Democracia e Autoritarismo, entre Fascismo e Liberdade de Expressão. A esquizoeducação aplicada à Educação é uma aliança entre a pragmática deleuze-guattariana, na investigação dos Territórios Existenciais. Um roubo dos componentes Gerativo, Transformacional, Diagramático e Maquínico da esquizoanálise; roubo da performance corpoalíngua de Clarissa Alcântara. Esquizoeducação é posta em movimento devir-negro do mundo junto a Mbembe e Oyérònké e Nego Bispo, em devir-trans junto a Preciado e Indianare Siqueira e Linn da Quebrada, em devir-índio junto a Ailton Krenak e Sandra Benides e tantes mais – devires minoritários. Como componente gerativo, se dedica a mapear os regimes semióticos significante, pré-significante, pós-significante e contra-significante. Bem como, as semióticas econômicas, jurídicas, técnico-científicas e de subjetivação, entendendo que a subjetivação capitalística ou o Plano Capital é inseparável do processo de racialização, de generificação do modelo cisheteronormativo macho ocidental – por isso interseccional. Como componente transformacional, mapeia movimentos de tradução simbólicas (semiótica significante), analógicas (semiótica pré-significante), miméticas ou conscienciosas (semiótica pós-significante) ou estratégicas e polêmicas (semiótica contra-significante). Como componente diagramático, investiga máquinas abstratas datadas e com nomes próprios, em relação a matérias semiótica e fisicamente não formadas, potências. Por fim, como componente maquínico, investiga os agenciamentos que efetuam as máquinas abstratas, semiotizando as matérias de expressão e fisicalizam as matérias de conteúdo. Esquizoedução é investigação de linhas de desterritorialização ora relativas, ora absolutas; ora negativas, ora positivas. Entre estratos e linhas de fuga; entre agenciamentos maquínicos de conteúdo e de expressão, entre máquinas abstratas que engendram possíveis diagramáticos da vida se fazer, a esquizoeducação se move, é movente e faz mover. De volta, a terra; Megamáquina, mecanosfera.