Implicações biogeográficas de novos registros ornitológicos em um enclave de vegetação de campina no sudoeste da Amazônia brasileira

Abstract

Campinas constituem um tipo florestal de porte arbóreo reduzido e aspecto geral aberto, que cresce em solos arenosos e lixiviados de toda a Amazônia; apesar de sua ampla distribuição, campinas ocorrem predominantemente nas regiões do alto e médio rio Negro, no noroeste do Amazonas e sul de Roraima, incluindo também o sul da Venezuela e o sudeste da Colômbia. Existem pequenas manchas isoladas de campinas no sudoeste da Amazônia brasileira que ainda não foram estudadas sistematicamente por ornitólogos; portanto, são reportados aqui alguns resultados importantes obtidos durante uma expedição ornitológica a uma mancha de campina no extremo sudoeste do estado do Amazonas (7º22'33,2"S e 73º00'42,5"W). Foram documentados para região os primeiros registros das seguintes espécies: Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) (Aves, Tyrannidae) e Xenopipo atronitens Cabanis, 1847 (Aves, Pipridae); adicionalmente, foram obtidos registros com as seguintes espécies raras ou de distribuição pouco conhecida no sudoeste da Amazônia: Formicivora grisea (Boddaert, 1783) (Aves, Thamnophilidae), Conopias parvus (Pelzeln, 1868) (Aves, Tyrannidae) e Heterocercus linteatus (Strickland, 1850) (Aves, Pipridae). Como verificado em manchas de campina distribuídas por todo o norte do Peru, a avifauna de campina que ocorre no sudoeste da Amazônia brasileira é também altamente influenciada por espécies associadas à região do alto rio Negro. Entretanto, uma segunda influência biogeográfica também pôde ser notada: aquela de espécies cujo centro de distribuição está localizado nas campinas do centro e leste da Amazônia, ao sul do rio Amazonas. A avifauna das campinas do sudoeste da Amazônia ainda é pouco conhecida; futuros levantamentos de enclaves de campina nesta região podem levar a novas extensões de distribuição e também à descoberta de novos táxons.

Combining phylogeography and landscape genetics ofXenopipo atronitens(Aves: Pipridae), a white sandcampinaspecialist, to understand Pleistocene landscape evolution in Amazonia

“…In the present study, we observed that the samples from south‐western Amazonia (closest to Peru study sites) are related to the samples from south‐eastern Amazonia. Poletto & Aleixo () also related a bird community from a south‐western campina (Guajará, south Amazonas, Brazil) as being biogeographically related to those from the south‐eastern Amazon (but part of the community has also been related to the north‐western Amazonian campinas from the upper Negro River). These results do not discard the Guyanan origin of the white sand bird community but, instead, add another hypothesis for its dispersion through Amazonia.…”

“…The insular distribution of campinas suggests that populations of its species may be more isolated than those of Amazonian forest species. On the other hand, inventories in campina habitats reveal a widespread bird community with little local endemism (Oren, ; Diaz, Stiles & Telleria, ; Stotz et al ., ; Alonso & Whitney, ; Borges, ; Poletto & Aleixo, ; Guilherme & Borges, ) and a uniform species composition of white sand communities throughout Amazonia, suggesting a high dispersal capability. Furthermore, historical changes on the Amazonian landscape could leave genetic signatures on white sand bird populations through varying connectivity among campinas .…”

Avifauna of a white-sand vegetation enclave in north-west Rondônia, Brazil: relevant records, body mass and morphometrics

“…Occurs from the right bank of the Madeira River east to the Atlantic coast, including all of north-east Brazil, as well as in northern South America including the Guianas, Venezuela and Colombia (Zimmer & Isler 2003). Recently found in campinarana in extreme south-west Amazonas (Guajará) and westernmost Acre (Cruzeiro do Sul and Mâncio Lima) (Poletto & Aleixo 2005, Guilherme 2012. In Rondônia, it was known from around Rio Preto in the north-east (Hellmayr 1910) and in savanna at Traçadal Biological Reserve and Serra da Cutia National Park (Olmos et al 2011) in the centre-west.…”

“…Considered an indicator species of campinarana (Borges et al 2016a). Although abundant in habitat, it is patchily distributed (Aleixo & Poletto 2007, Poletto & Aleixo 2005, Guilherme & Borges 2011, Borges et al 2014, 2016b. Previous records in Rondônia were by Whittaker (2004) at Taquaras (BR-425) and by Olmos et al (2011)…”