A todos corpos, dos encontros (in)suficientemente bons Agradecimentos Ao sagrado, lugar eterno da onipotência. À minha família, morada segura. Aos meus pais, amor incondicional. Aos profissionais da saúde, por não me deixarem cair para sempre. Aos colegas de trabalho e aos alunos, por me permitirem continuar a ser. Aos amigos, por deixar o mundo se apresentar em pequenas doses. A meu orientador pelo espaço da criatividade. Aos entrevistados, instigadores do gesto espontâneo. À PGPSI, por acreditar. sinto meu corpo desvanecer e reintegrar-se e lembro que o espaço é só uma questão de tempo um detalhe (Instrospecção: devir-Samantha Beduschi) Resumo O uso do corpo serviu por muito tempo à anatomia e fisiologia, o sujeito foi colocado em suspenso, na tentativa inicial da psicanálise de devolvê-lo ao corpo acaba por descartar este último, salvo Winnicott, que os resgata a partir da leitura psique-soma da natureza humana. Entramos no corpo-sujeito da pós-modernidade, corpo tido como lugar dos símbolos sociais, das fissuras, do espetáculo e do total apagamento, não obstante corpo do cuidado à saúde e da estética corporal, corpo-fitness contextualizando-se meio a mudanças tecnológicas, mundo cibernético, das redes sociais. Partindo dessas leituras o objetivo desta pesquisa foi compreender como se engendra a subjetividade corpo-fitness e como ele se produz nas suas relações com aplicativo de fotografia e rede social Instagram, a partir de uma investigação qualitativa no que diz respeito à pesquisa psicanalítica com a técnica de entrevista, centrada nos seguintes temas disparadores: corpo, corpo-fitness e Instagram. Foram entrevistados individualmente 13 pessoas, homens e mulheres acima de 18 anos, que possuíam perfil público no Instagram e praticassem atividade física. As entrevistas foram gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas, respaldando-se as considerações éticas. As análises se deram a partir da leitura dirigida pela escuta e a transferência do pesquisador ao texto dos participantes da pesquisa. Foram configuradas seis temáticas: Corpo encarnado, Corpo tempo e espaço, Do corpo onipotente ao suficientemente bom, Cibercorpo e Do corpo suficientemente bom à suficiência de cuidado laboral. Verificou-se que o corpo, mesmo sem suas configurações fitness e bodybuilder, ocupa lugar fundamental na existência humana, a leitura a partir da psique-soma parece pertinente; mesmo que não haja um consenso de definições corpo-fitness e bodybuilder sugere-se existir uma metáfora que os une, da necessidade do homem permanecer no mundo se sentindo realmente vivo; e indo de encontro aos autores que discorrem sobre o corpo-sujeito sociedade pós-moderna as redes sociais permitem um modo diferente da psique-soma estar no mundo. Sendo assim, questiona-se onde está a origem e implica-se o corpo como ambiente, corpo suficientemente bom; bem como frisa-se a necessidade de estudos que explorem e aprofundem mais o homem dentro do contexto cibertecnológico, das redes sociais. Palavras-Chave: Corpo. Corpo-fitness. Instagram.