O presente artigo tem como objetivo pensar a educação superior do estado de São Paulo diante do influente sistema capitalista. O modo como ele vem modelando práticas educativas no ensino superior é uma questão crítica devido a ‘’coisificação’’ do ser em prol da manutenção dos ideais do capitalismo. O ponto de partida para tal reflexão inicia-se sob os pilares da educação grega, perpassando pela modernização da educação ocidental durante a revolução industrial que por fim, culmina em questões atuais sobre a comercialização do ensino superior. Para fundamentar algumas indagações contemporâneas, serão utilizadas como referencial teórico dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa – INEP, referente ao número de cursos de graduação presencial no estado de São Paulo, assim como, a quantidade de matrículas efetuadas por alunos do sexo masculino e feminino, além da quantidade de concluintes dentre os mesmos durante o período de 1991 a 2015. A conclusão substancial desse exercício reflexivo evidencia que desde os primórdios da educação grega, o sistema educacional, apesar de apresentar uma proposta humanística e integral, era acessível somente aos nobres. Durante a revolução industrial a educação passou a ser oferecida as grandes massas com o propósito de formar mão de obra mercadológica, da qual ainda observamos uma forte tendência segundo os modelos atuais de educação comercial. Propomos assim, a importância de retomar valores éticos exclusivamente humanos, como o respeito ao todo e a identidade dos indivíduos, além da possibilidade de oferecer uma formação justa que não segregue ou subtraia as potencialidades dos alunos.