Este ensaio discute a educação superior como um bem público, criticando a sua transformação em um mero serviço de mercado. Face ao esgotamento dos modelos estatista e privatista de organização acadêmica, incapazes de dar conta da complexidade que permeia a realidade empírica, busco refletir e analisar o conceito de bem público no contexto público não estatal. O campo investigativo teórico apoia-se em Dewey, Nussbaum e Marginson, dentre outros, com vistas a evidenciar concepções de público, conceitos de compromisso social e de colegialidade, bem como os desafios contemporâneos das instituições de educação superior diante da hegemonia do pensamento neoliberal. Por fim, através de dedução lógica entre tal referencial teórico e revisão da literatura sobre as instituições comunitárias, argumento que, para manterem o status e a concepção de públicas, faz-se necessário que tais universidades promovam ações voltadas ao bem comum, a responsabilidade social e a gestão colegiada e democrática.