A história dos corpos encarna-se na grande história. Eisa razão desta "corpografia" que procurei construir. "Passeio", como bem a denominou Lilia Schwarcz, por entre carnes, nas suas muitas formas. Passeio, cujo princípio, em se tratando de corpos, foi o prazer e para o qual, talvez, não tenha levado suficiente objetividade e exaustividade.Os comentários doscolegas enriqueceram com elegância e com sóbria erudição o passeio, transformando-o numa impressionante viagem de iniciação a um novo domínio da história.Todas as observações feitas refletemuma preocupação contínua de precisão e rigor; suas análises múltiplase minuciosas convergem no sentido único de oferecer maior musculatura metodológica à história do corpo. Algumas contribuições no sentido de relacionar história do corpo e fontes documentais brasileiras, como propôs Renato Venâncio, temas como gênero e homossexualidade associados à história do corpo, mencionados por Margareth Rogo e uma tipologia para os estudos sobre o corpo sugerido por Ronald Raminelli, reforçam com brilho a importância do tema. Outras, contudo, revelam tensões no plano das idéias, que gostaria de comentar.A primeiradelas diz respeito à sentida ausência de Foucault,reclamada por Lígia Bellini, Margareth Rogo e Ronaldo Vainfas. Filiada à tradição mais ortodoxa da historiografia européia, não o considero um historiador e sim, um filósofoda históriaeda historiografia.Ao finaldos anos 70, umcolóquio promovido pela revista Magazine littéraire,reunindo intelectuais do porte de PhillippeAries,