2014
DOI: 10.1590/s0101-31732014000100004
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A forma do paradoxo: Friedrich Schlegel e a ironia romântica

Abstract: RESUMO:Definida como beleza lógica e forma do paradoxo, a ironia romântica de Friedrich Schlegel (1772-1829) assimila a antiga ironia socrática e a reinterpreta, inserindo-a como elemento central de sua teorização crítico-literária. O presente artigo analisa a ironia romântica, buscando situar sua alteração e abrangência no final do século XVIII, quando o conceito passa a significar metacrítica, reflexão filosófica, ruptura ficcional, distância estética e forma de exposição da arte literária. PALAVRAS-CHAVE:Fr… Show more

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“…A primeira consistia na dialética persi, na qual Sócrates buscava destituir seu interlocutor de conceitos prévios e da presunção do conhecimento, e, a partir do momento em que este admitia a sua ignorância a respeito do objeto do diálogo, instaurava-se a maiêutica, ou seja, o "nascimento" de novas idéias a respeito do assunto discutido. Entretanto, enquanto o debate de ideias socrático ocorria com um interlocutor "real", a ironia romântica se apresenta como uma versão desse jogo, em que a ironia passa a configurar-se como "a reflexão e metarreflexão artísticas", descortinando a atitude do criador ante a sua própria obra e existência (MEDEIROS, 2014). Ao desfazer a ilusão da representação, o narrador/autor pode contar uma história, a história que quiser, conduzi-lacomo lhe aprouver, porque só ele a conhece (ou só ele pode inventá-la).…”
Section: Da Ironia Como Métodounclassified
“…A primeira consistia na dialética persi, na qual Sócrates buscava destituir seu interlocutor de conceitos prévios e da presunção do conhecimento, e, a partir do momento em que este admitia a sua ignorância a respeito do objeto do diálogo, instaurava-se a maiêutica, ou seja, o "nascimento" de novas idéias a respeito do assunto discutido. Entretanto, enquanto o debate de ideias socrático ocorria com um interlocutor "real", a ironia romântica se apresenta como uma versão desse jogo, em que a ironia passa a configurar-se como "a reflexão e metarreflexão artísticas", descortinando a atitude do criador ante a sua própria obra e existência (MEDEIROS, 2014). Ao desfazer a ilusão da representação, o narrador/autor pode contar uma história, a história que quiser, conduzi-lacomo lhe aprouver, porque só ele a conhece (ou só ele pode inventá-la).…”
Section: Da Ironia Como Métodounclassified
“…Está muito presente, por exemplo, na forma que ele dá aos seus textos. Vale lembrar que esse movimento, ou, essa reflexão metacrítica, como nos chama a atenção Medeiros (2014), é também impul--sionado por um princípio dialético, cuja inspiração chega aos românticos através do processo dialógico de Platão, mas à diferença deste, em que o "debate das ideias ocorria com um interlocutor 'real'" (p. 53), no romantis--mo a reflexão se dá "por meio do diálogo consigo mesmo, no interior da 1 [...] é a única noção que pode abraçar todas as outras. Ela é alargamento e infinitização, passagem do particular ao universal, prova de cisão, do finito, do condicionado.…”
unclassified
“…Nota-se, em concordância com Medeiros (2014), que nesse autoprocesso há um principio dialético, cuja inspiração chega aos românticos através de Platão, mas à diferença deste, em que o "debate das ideias ocorria com um interlocutor, digamos, real, no romantismo a reflexão se dá por meio do diálogo consigo mesmo, [ou, no caso], no interior da obra" (passim). Vale lembrar que, desde o Idealismo, a filosofia da vida terá que privilegiar o "eu pessoal", a individualidade insubstituível, o gênio original de cada um 108 .…”
Section: Segundo Berman Para Precisar O Que Considera Como a "Essênci...unclassified
“…Nesse sentido, como diz Medeiros (2014): "A partir de Friedrich Schlegel, a ironia passa a significar a reflexão e a metarreflexão artísticas, descrevendo a atitude daquele que cria perante sua própria obra e existência, sendo igualmente, portanto, uma reflexão filosófica" (p.56).…”
Section: Segundo Berman Para Precisar O Que Considera Como a "Essênci...unclassified
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