• RESUMO: Em resposta às questões levantadas por Roberto Schwarz em "O lugar da arquitetura", a autora mostra que por ser arte interessada por definição, a arquitetura não pode ser confinada ao domínio privado do recolhimento estético. Além disso, não se pode perder de vista o seu caráter de massa, ao qual não é indiferente o destino ideológico do Movimento Moderno, não porque tenha sido neutralizada pela mudança dos tempos, mas por ter cumprido o que prometera .• PALAVRAS-CHAVE: Movimento moderno; crítica imanente; Habermas.Pelo fecho dubitativo dessa fala muito camarada de Roberto Schwarz1 a propósito de alguns esquemas que venho desenvolvendo nos últimos anos acerca do irreversível envelhecimento da Arquitetura Moderna, não o convenci inteiramente. Como essas reticências não são de hoje, imagino que não será desta vez que irei convertê-lo. Nem por isso vou desistir. E, para início de conversa, vou logo dizendo que não encontro motivos para mudar o ângulo de análise na apreciação das sobras do Movimento Moderno (como sugere a pergunta final do Roberto). Em primeiro lugar, porque a crítica de arquitetura não pode sem mais ser assimilada à crítica de arte -sobretudo no caso da Arquitetura Nova, que proíbe expressamente essa redução; em segundo lugar, porque também não vejo como mobilizar em separado critérios de beleza herdados justamente desta mesma modernidade cuja exaustão não admite, por definição, exceções, brilhando isoladas num passado carregado de promessas. Sei que, para bem e para mal (para também lembrar Adorno, por meu lado) a crítica é sempre cúmplice do seu objeto e jamais é capaz de superar inteiramente as contra dições de que se ocupa, mas o desafio que está posto é justamente a suspensão desta