Aspecto morfológico da interface entre o compósito, constituído de quitosana e polimetilmetacrilato, e a falha óssea de tíbia de coelhos

Abstract

RESUMO: As afecções ortopédicas com perda de tecido ósseo são um desafio não só na medicina veterinária mas também na medicina humana. Analisou a interface entre compósito, constituído de esferas de quitosana e polimetilmetacrilato em falha óssea (leito receptor) de tíbia de coelhos, por meio de técnica radiológica, avaliação macroscópica e pela microscopia eletrônica de varredura, em diferentes tempos. Foram utilizados 12 coelhos adultos da raça Nova Zelândia, divididos em quatro Grupos Experimentais (E1, n=3; E2, n=3; E3, n=3 e E4, n=3), que tiveram as falhas ósseas das tibiais direitas preenchidas com compósito, e avaliadas no pós-operatório imediato, aos 30, 60 e 90 e 120 dias. Dos compósitos implantados nas tíbias de coelhos, apenas dois permaneceram em seus leitos receptores, enquanto que os demais se encontravam encapsulados no tecido subcutâneo. As esferas de quitosana, presentes nas superfícies dos biomateriais implantados, que mantiveram contato direto com o leito receptor de tíbias de coelhos apresentavam-se preservadas e não integraram ao tecido ósseo. Diante disso, para melhor compreensão do comportamento da quitosana como substituto ósseo, novas pesquisas serão necessárias.

Análise das interfaces entre os compósitos constituídos de matrizes ósseas mineralizadas heterólogas trabeculares canina (MOMHTc) e de bovina (MOMHTb) associadas ao polimetilmetacrilato (PMMA) e as falhas ósseas de tíbias de coelhos

“…O PMMA por ser biocompatível e biotolerável é um biomaterial sintético largamente utilizado em procedimentos ortopédicos para corrigir defeitos ósseos (RAPOSO- DO-AMARAL et al 2010CATELLO et al 2017), que pode ser utilizado associado à outros biomateriais (KUHL et al, 2017), para agregar propriedades individuais desejáveis e superiores quando comparado aos biomateriais isolados, aumentando a rigidez de um biomaterial, como neste estudo.…”

“…As reações entre os compósitos e o sítio receptor, como por exemplo, proliferações, lise óssea e/ou infecção, não foram notadas neste estudo. Isso se deve provavelmente ao emprego adequado da técnica cirúrgica e, também, ao uso apropriado de método de esterilização, manejo das feridas, que para Freitas et al ( 2013) e Kuhl et al (2017) são fatores fundamentais para ocorrer incorporação e/ou integração dos compósitos aos leitos receptores.…”

“…Os resultados promissores quanto ao uso dos compósitos na reparação de falhas ósseas podem ser esperados já que, em todos os animais estudados, permaneceram no leito receptor, O emprego da técnica radiológica digital neste estudo foi decisivo, pois permitiu acompanhar com exatidão o comportamento dos compósitos nos leitos receptores de tíbias de coelhos, demostrando ser um recurso seguro e eficiente para avaliar biomateriais em defeitos ósseos em tempos distintos (SILVA et al, 2003;FREITAS et al, 2013;MOREIRA et al, 2014;KUHL et al, 2017).…”

“…À avaliação macroscópica, pós-eutanásia dos coelhos dos grupos E1, E2, E3 e E4, observou-se que as regiões das tíbias onde foram implantadas com os compósitos de MOMHT (c/b) e PMMA não apresentavam sinais de proliferação que caracterizassem reação de corpo estranho e/ou infecção, demonstrando que os biomateriais mesmo apresentando leve grau de citotoxicidade demonstrado nos ensaios, foram incorporados aos leitos receptores (Figuras 41 e 42). Além disso, espera-se também que o biomaterial seja osseointegrado ao leito receptor para que, em etapas seguintes, possa ser aplicado em procedimentos cirúrgicos ortopédicos reparadores (MOREIRA et al 2014;COSTA et al 2015;KUHL et al 2017).…”

“…O PMMA é um biomaterial sintético que possui propriedades biotolerantes, osteocondutoras, facilmente moldado para obtenção de uma forma mais adequada ao leito receptor. A sua utilização no reparo de falhas ósseas extensas, se abrange tanto na medicina humana, quanto na medicina veterinária (BAUER e MUSCHLER 2000, YACUBIAN-FERNANDES et al 2004, RAPOSO-DO-AMARAL et al 2010MOREIRA et al 2014, CATELLO et al, 2017KUHL et al 2017).…”