Objetivos: Identificar o impacto dos princípios do atendimento ao trauma penetrante em gestantes e sua evolução clínica materno-fetal. Metodologia: Empregando a metodologia PRISMA para garantir transparência e consistência na revisão, e a estratégia PICO para formulação da pergunta de pesquisa, conduziu-se uma busca abrangente nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), SciELO e PubMed. Resultados: O atendimento ao trauma penetrante em gestantes é um desafio complexo que requer uma abordagem multidisciplinar e especializada. Em termos de incidência, embora o trauma grave em gestantes seja relativamente raro, sua gravidade e impacto na morbidade materno-fetal são significativos, de modo a afetar 1 em cada 12 gestantes. Estudos indicam que aproximadamente 7% de todas as gestações são afetadas por traumas, com uma taxa de hospitalização de 4 em cada 1000 gestações, especialmente no terceiro trimestre, quando o risco de trauma é mais elevado devido ao tamanho do útero e às alterações fisiológicas. A prevalência de traumas penetrantes em gestantes varia dependendo da região e das circunstâncias, sendo mais comuns em áreas urbanas e associados a acidentes de veículos motorizados, violência doméstica e quedas. Esses eventos têm um impacto significativo na morbidade, com taxas de mortalidade fetal variando de 3,4% a 38% em casos de trauma materno contuso, aumentando para até 61% em traumas mais graves e chegando a 80% em casos com choque materno. Quanto à idade mais acometida, mulheres em idade reprodutiva são mais suscetíveis a traumas penetrantes, especialmente aquelas entre 20 e 40 anos, representando a faixa etária mais comum de gestações afetadas por traumas. A taxa de morbidade em gestantes vítimas de trauma penetrante também é significativa, com complicações como descolamento prematuro de placenta (DPP), hemorragia feto-materna e lesões uterinas representando riscos graves para a mãe e o feto. Essas complicações podem resultar em perda fetal, parto prematuro, restrição de crescimento intrauterino e até mesmo morte materna. Em resumo, o atendimento ao trauma penetrante em gestantes requer uma abordagem cuidadosa e especializada devido à sua baixa incidência, mas alta morbidade e mortalidade associadas. O conhecimento dos princípios de manejo e a aplicação de diretrizes baseadas em evidências são essenciais para garantir os melhores resultados clínicos para mãe e feto nessas situações desafiadoras. Conclusão: Concluiu-se que avanços na pesquisa e práticas clínicas são cruciais para melhorar os desfechos em gestantes vítimas de trauma penetrante, evidenciando a importância de estudos futuros para o desenvolvimento de diretrizes baseadas em evidências.