Resumo -O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo randomizado, controlado e "cego" para investigar se a dose terapêutica de ácido acetilsalicílico (AAS), usado por mulheres grávi-das, pode causar efeito tóxico ao embrião ou anormalidades congê-nitas nos animais de experimentação.MÉTODOS. Foi confirmada a prenhez das fêmeas através da observação da presença de espermatozóides no esfregaço vaginal (1 o dia de prenhez -GD1
INTRODUÇÃOAs drogas antiinflamatórias não-esteroidais (FAINES) ganharam popularidade no final dos anos de 1970 1 . Os salicilatos sintéticos são extensivamente usados como drogas de prescrição devido as suas propriedades analgésica, antipirética e antiinflamatória. Aspirina (ácido acetilsalicílico) inibe a síntese de prostaglandinas (PGs) por acetilação irreversível de ácido graxo, inativando a enzima ciclooxigenase 2 .Com o aumento do uso indiscriminado de medicamentos e com a crescente produção de substâncias químicas, surgiu a suspeita de um efeito comum na gravidez após a exposição a agentes químicos que poderia ter um papel na etiologia das malformações fetais 3 . Kimmel et al. 4 verificaram que a aspirina é um agente causador de teratogênese. Da mesma forma, outros autores observaram que o ácido salicílico, produto da hidrólise da aspirina, seria o agente teratogênico responsável 5 .Embora o uso de aspirina seja muito utilizado por mulheres durante a gestação, mesmo sem prescrição médica, seus efeitos no feto permanecem controversos. Espiridião et al. 6 , administrando AAS em diferentes doses a ratas do 5º ao 20º dia de prenhez, verificaram diminuição do número de fetos vivos, redução do peso fetal e placentário e queda do ganho de peso materno. Quando ratas prenhes foram tratadas com 200 e 500 mg de AAS/kg de peso corpóreo, o estudo mostrou alterações morfológicas no feto e na placenta 7 . Com a finalidade de avaliar a eficácia da aspirina (100 mg) na prevenção de retardo de crescimento intra-uterino (RCIU) em gravidez de risco, foi realizado um ensaio clínico experimental duplo cego, placebo-controlado, e foi verificado que a incidência de RCIU foi nula no grupo de mulheres que receberam aspirina 8 .O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo randomizado, controlado e "cego" para investigar se a dose terapêutica de ácido acetilsalicílico (AAS), usado por mulheres grá-vidas, pode causar efeito tóxico ao embrião ou anormalidades congênitas nos animais de experimentação.